Há 25 anos… dia 8 de agosto de 1992.
“Foi um muro derrubado. Conectado com toda a raiva e a convicção do mundo para ganhar uma das medalhas de ouro mais brilhantes e surpreendentes destes Jogos. Do futebol olímpico só se falava como tema de controvérsia e da seleção poucos esperavam algo de bom, dias antes de abrirem-se as cortinas. Mas, no Camp Nou, viveu-se o maior paradoxo. O futebol conseguiu atrair 95.000 torcedores e transformar o estádio do Barça em uma festa de multidões quando o time espanhol ganhou a medalha de ouro com o coração dos atletas de antigamente, lutando até o último segundo para tornar possível a ansiada vitória”.
Nas linhas e entrelinhas do relato de Andrés Astruells – e em cada vírgula dos textos do Mundo Deportivo sobre o ouro da Espanha no futebol olímpico -, mais do que a surpresa pelo triunfo, o assombro pela união de um povo.
Juntar um pouco uma nação sistematicamente às voltas com rusgas separatistas e questões regionais foi algo que talvez só a inesquecível Olimpíada de Barcelona tenha conseguido.
Em 8 de agosto, uma grande amostra de congregação. No coração futebolístico da Catalunha, o Camp Nou, juntos, mais de 95 mil vozes entoaram o mesmo canto, abraçaram a mesma bandeira e empurraram o jovem time na eletrizante vitória por 3 a 2 sobre a Polônia. Todos juntos.
No elenco campeão, nascidos de quase todas as partes da Espanha. Catalães, madrilenos, castelhanos, bascos, andaluzes, cantábricos, asturianos. No time-base, três do Real Madrid, dois do Barcelona (um tal de Guardiola…), dois do Atlético, um do Celta, um do Gijón, um do Figueres e um do Cádiz.
Do Cádiz e de Cádiz. Kiko, o futuro ídolo do Atlético de Madri, o autor do gol do título, no último segundo do jogo.
Um gol para coroar uma ótima campanha. Comandada por Vicente Miera, a seleção atropelou todo mundo até a decisão. Na primeira fase, 9 pontos em 3 jogos (Colômbia, Egito e Catar), 8 gols marcados, nenhum sofrido.
Na parte eliminatória, 1 a 0 sobre a Itália nas quartas e 2 a 0 em cima de Gana na semi.
Somente a Polônia, do melhor ataque do torneio (17 tentos) e do artilheiro Andrzej Juskowiak (7 gols), furou a defesa da Fúria. Porém, não foi suficiente.
Dezoito anos depois, a Espanha chegaria novamente a uma final olímpica. A geração de Xavi, Puyol, Angulo, entre outros, sucumbiria nos pênaltis para os Camarões de Samuel Eto’o, Geremi e Cia.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
P.S.: como bem lembrou o amigo Conrado Giacomini no Twitter, a Espanha contou com uma baita ajuda do trio de arbitragem brasileiro comandado por Márcio Rezende de Freitas na partida contra a Itália. Leia também no texto da Trivela!
Gols e melhores momentos:
A narração (sem emoção!) da TVE:
Fontes e +MAIS:
– hemeroteca.mundodeportivo.com
– rfef.es