Há 1215 anos… dia 25 de dezembro de 800.
Basílica de São Pedro, Roma, Natal de 800.
Ao lado de autoridades da Igreja e de líderes políticos, o papa Leão III se preparava para iniciar a missa em lembrança ao nascimento de Cristo. Entre os presentes, Carlos Magno, rei dos francos e lombardos.
Antes da cerimônia, Carlos foi até a tumba de São Pedro para prestar respeito a um dos apóstolos. Diante do túmulo, o homenzarrão de 1,84 prostrou-se, se postou de joelhos e começou a rezar.
Leão III se aproximou, com uma coroa de ouro nas mãos e, para perplexidade de todos os presentes, coroou Carlos Magno imperador, conferindo-lhe poder sobre todos os povos cristãos do Ocidente.
Nascia, assim, no dia de Natal de mais de 1200 anos atrás, o Sacro Império Romano Germânico.
Como conta texto do site da Deutsche Welle (link abaixo), a coroa formalizava situação que já ocorria há tempos, ou seja, a de liderança e de domínio de Carlos Magno sobre grande parte do território e dos povos do Velho Continente. Além disso, o ato de Leão III trouxe Carlos para perto da Igreja, unificando papado e império como os centros de poder da Idade Média.
“É raro um único evento ser completamente crucial, mas a coroação de Carlos Magno como imperador foi realmente um divisor de águas. Pela primeira vez, havia uma visão da Europa Ocidental como uma entidade política única. Não se tratava mais apenas do reino dos francos ou dos lombardos, saxões, bávaros ou aquitânios, mas de uma entidade política que englobava todos eles, implicando numa unidade que todos compartilhavam apesar de suas diferenças. A coroação de Carlos tornou possível uma identidade comum à toda a Europa”, afirma Geoffrey Koziol, professor do departamento de história da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos.
A coroação legitimou Carlos a ampliar seu domínio, anexando outros povos sob o Sacro Império Romano Germânico. Mais do que isso, o novo imperador passou a desafiar o Império Bizantino, que se julgava sucessor do Império Romano, dividido no final do século IV, início do V.
Carlos Magno morreu 14 anos depois, aos 71 anos, legando um vasto reinado a seu sucessor, Luís I, o Piedoso. O Sacro Império Romano Germânico se sustentaria por mais mil anos, até 1806.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Em tempo: a foto que ilustra o texto é uma reprodução da pintura “A Coroação Imperial de Carlos Magno” (1861), de Friedrich Kaulbach.
Trecho de documentário sobre Carlos Magno:
Fontes e +MAIS:
– dw.com