Há 30 anos… dia 14 de setembro de 1986.
“Esta não foi a primeira vez que Miles Davis veio ao Brasil. Mas pode ter sido a última. Miles está com 60 anos. E se é verdade que ele só tem tempo de vir ao Brasil uma vez por década, não há nenhuma garantia de que estará vivo aos 70.”
Uma daquelas ocasiões em que o escriba ficaria contente em errar redondamente as próprias previsões e cometer uma bela barriga jornalística. Infelizmente, Marco Antonio de Lacerda acertou não uma, mas duas profecias em meio parágrafo de texto do Estadão de 16 de setembro de 1986.
Sim, foi a última vez de Miles Davis no Brasil.
E não, o mito do jazz sequer dobraria a esquina de seis décadas e meia de existência. Seu trompete silenciaria aos 65 anos, em setembro de 1991. E ele não pôde oferecer a derradeira jam por aqui…
Trinta anos atrás, Miles Dewey Davis III deu o sopro final de sua graça e genialidade em Terra Brasilis. Quem viu, viu. Foram quatro shows: dois no Canecão, no Rio, dois no Anhembi, em São Paulo. O último no dia 14 de setembro.
A exemplo de Lacerda, a crítica especializada brasileira se derreteu com ele, exaltando, principalmente, sua inventividade e criatividade.
“Miles continua a ser exceção à regra na história do jazz, onde os músicos costumam cultuar um estilo único em toda a sua carreira. Miles continua surpreendendo”, exclamou Carlos Calado, na Folha.
“Frisson: Deus desce à Terra. Miles Dewey Devis III, o homem que operou sucessivas revoluções no jazz e no rock das três últimas décadas, pisou o palco do Anhembi”, pontuou Alex Antunes, na abertura da matéria para a revista Bizz.
Exaltação unânime ao gênio que revolucionou o jazz e a música do século 20.
A história sobre a primeira passagem dele por aqui, em 1974, e outros sopros de seu trompete ficam pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
E todo dia é dia de Miles! Mito.
Trecho de show no Rio:
Fontes e +MAIS:
efemérides do éfemello 