Há 15 anos… dia 30 de julho de 2000.
123 corridas.
Da estreia, no GP da África do Sul de 1993, até a primeira vitória, no GP da Alemanha de 2000, foram 7 anos, 4 meses e 16 dias. Só o australiano Mark Webber esperaria mais para vencer na Fórmula 1.
Nesse período, só ele sabe o quanto sofreu. Desembarcou na maior categoria do automobilismo como mais um talento do Brasil. No 1º de maio de 1994, tudo mudou, tudo se precipitou.
A morte de Ayrton Senna, dois dias depois de ele mesmo a ter encarado de perto, mexeu na ordem das coisas e colocou em seus ombros um peso do tamanho do mundo.
Em 30 de julho de 2000, tudo valeu a pena. A bandeira quadriculada, ao final de uma prova maluca e dramática, com direito a chuva, invasão de pista e duas intervenções do safety-car, enfim, tremulou pra ele.
“Rubens Barrichello vence, de forma brilhante, o Grande Prêmio da Alemanha!”, exclamou Galvão Bueno, extasiado de felicidade. “Chegou o dia! Foram sete anos de espera da Fórmula 1 brasileira. De novo, no alto do pódio!”, completou, em referência ao último triunfo do País na categoria, em 7 de novembro de 1993, com Senna, na Austrália.
De fato, Rubinho foi brilhante e realizou um GP irrepreensível. Problemas elétricos no F1-2000 de sua Ferrari nos treinos o colocaram apenas no 18º lugar do grid de largada. Após a volta inicial, ele já era o 10º.
Na 15ª passagem dos 6,823 km do circuito de Hockenheim, o brasileiro estava em terceiro, atrás das McLaren de David Coulthard e do líder Mika Hakkinen. Michael Schumacher, companheiro de Rubinho, que abandonara logo na largada após colisão com Giancarlo Fisichella, torcia pelo brasileiro nos boxes da escuderia italiana.
Então, duas paralisações beneficiaram o piloto da Ferrari: na volta 26, por causa de um homem que invadiu a pista em protesto contra a McLaren; e na volta 29, após acidente entre o brasileiro Pedro Paulo Diniz e o francês Jean Alesi. As paradas fizeram Rubinho se aproximar dos carros prateados.
Pra completar os ventos de sorte, começou a chover, a 15 voltas do fim (30ª volta). Hakkinen e Coulthard foram aos boxes para trocar os pneus, mas Rubinho permaneceu com o jogo liso. Virou líder e, apesar da água persistente, não só manteve a ponta como começou a abrir diferença em relação às McLaren.
As 10 passagens finais foram tensas e dramáticas. O piloto brasileiro conduziu o carro vermelho com extrema habilidade para, enfim, subir ao lugar mais alto do pódio. A Ferrari vibrou muito com ele, que foi recebido com um abraço de Schumacher nos boxes. Na festa da champanhe, a bandeira brasileira virou lenço para enxugar as lágrimas emocionadas.
A primeira vitória foi dedicada à Ayrton Senna.
Rubinho venceria novamente na Fórmula 1 em 2002, no Grande Prêmio da Europa, de novo na Alemanha.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
A última volta:
Fontes: