Há 55 anos… dia 18 de julho de 1959.
(Voltamos à programação normal…)
Sobre uma caixa de madeira, um maltrapilho discursa. Poucos passantes param pra ouvir. Ao fim, sobra somente um menino de franjinha na plateia. O coitado orador se vai, esbaforido. O menino levanta a caixa e surge um pequeno cachorrinho. Os dois saem caminhando, juntos.
Assim nasceu Bidu, o primeiro personagem da Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa. A primeira tirinha com o simpático cãozinho saiu na Folha da Manhã, atual Folha de S. Paulo. Eis a tirinha!
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Para criar Bidu, Mauricio de Sousa se inspirou em Cuíca, seu cachorrinho de infância, um pequeno Schnauzer cinza. Franjinha, o dono, tinha um pouco do jeito do menino Mauricio e algumas características de outros parentes.
Deixemos o próprio criador contar a história:
“Corria o ano de 1959 e eu ainda era repórter policial. Mas além das reportagens, comecei a publicar tiras semanais, de alto a baixo da página do jornal, sem título. Eram historinhas mudas, como se fosse uma charge sequencial (na vertical). Saíram durante alguns meses, até que me embaraçou a falta de título. Mas não atinava com um nome. Foi quando resolvi passar uma lista pela redação solicitando sugestões para o batismo.
Choveram os nomes mais estapafúrdios, desencontrados, mas no meio deles, um antigo colega — Petinatti — indicou ‘Bidu’.
Na ocasião, estava na moda a expressão ‘bidu’, significando esperto, adivinho. Achei que era uma boa imagem sonora para meu cachorrinho de papel. E escolhi o nome. Logo depois, achei que também precisava batizar o dono do Bidu. E como ele tinha, no desenho, uma franjinha feita como se fossem pingos, tirei dessa característica seu nome.
Quando as tiras começaram a ser publicadas diariamente, já saíam com o título ‘Bidu e Franjinha’.”
Em 8 de setembro de 1963, na Folhinha de S. Paulo, Bidu apareceu pela primeira vez colorido e descobrimos que ele era azul! Naquele mesmo ano, antes, em março, Mauricio de Sousa criara o Cebolinha e a Mônica, que acabou se tornando a principal personagem.
Mesmo coadjuvante, Bidu continua conversando com as pedras e filosofando por aí, como faz há 55 anos!
Vídeo com a história do Bidu:
Fontes: