Dia 17 de julho – Final
“Imagino que o povo esteja comemorando muito no Brasil. E com razão. Ganhamos uma Copa que merecíamos ganhar. Que o povo festeje. Esta é das raras horas em que somos todos iguais, o homem da arquibancada e o presidente da República. Um milagre que devemos ao futebol. Ao futebol tetracampeão do Brasil.”
As palavras que abrem o post sobre o tetra são do homem que mais merecia ter conquistado uma Copa pela seleção brasileira. O homem que mostrou ao mundo o futebol-arte. Que primava pelo bom passe, o chute correto, o cruzamento perfeito. O maior técnico da história do futebol brasileiro.
O post sobre o tetracampeonato é uma homenagem a Telê Santana. Porque se o título na Terra do Tio Sam tem pouco ou nada a ver com ele (futebol pragmático, defensivo e calculado), ao menos “vingou” um bocadinho os 3 a 2 do Sarriá, 12 anos antes.
Em sua coluna na Folha, para qual colaborou ao longo de todo o mundial, Telê celebrou. Magnânimo, reconheceu os méritos da equipe de Carlos Alberto Parreira e exaltou o planejamento do treinador. Ressaltou o coração do time, principalmente na final. E elegeu Aldair o melhor da seleção na Copa!
Sim, o Brasil dava o troco na Itália com mesmo placar: 3 a 2. E o “gol do título” foi de Dunga! O capitão bateu a última cobrança brasileira antes de Baggio mandar a bola na lua e Galvão explodir, com o épico “É Teetraaaaaaaaa! É Teeeeetraaaaaaaaaaaaaa!”.
A trama da final no estádio Rose Bowl, em Los Angeles, teve drama, redenção, heróis e vilões.
Drama encarnado no Buda Roberto Baggio. Uma Copa quase perfeita, sacrificada por uma lesão muscular e a perda do pênalti na decisão. Acabou vilão, injustamente.
Redenção parcial do gigante Franco Baresi, que aos 34 anos jogou 120 minutos depois de uma artroscopia, foi grandioso, mas, ao final, também perdeu sua cobrança. Redenção completa de Dunga, capitão do tetra após o fracasso de 1990, que levou o seu nome.
E heroísmo total de Taffarel, que defendeu o pênalti de Massaro e foi santificado.
Depois de 24 anos, o Brasil voltava a ser campeão do mundo. Um time com esquema certinho e um gênio chamado Romário isolava a seleção no número de títulos e a consagrava como primeira e única tetracampeã do mundo.
É Tetra!
Brasil x Itália na íntegra:
Os pênaltis, com Galvão Bueno:
Fontes:
– fifa.com