2 de fevereiro de 1914
Em dezembro de 1913, dirigentes e integrantes do Nort Club iniciaram um movimento para fundar um novo clube de futebol no Pará.
Com boa campanha no campeonato daquele ano, o Nort perdera a chance do título depois de um empate em 1 a 1 com o Guarany, em 15 de novembro.
Uma vitória naquela partida colocaria Nort Club e Grupo do Remo (atual Clube do Remo) frente a frente, em confronto que valeria a taça.
Por causa de irregularidades no jogo contra o Guarany, os dirigentes do Nort recorreram à Liga Paraense de Foot-Ball para pedir a anulação do duelo. A Liga não acatou o pedido e o Remo se sagrou campeão.
Assim, da indignação do Nort Club nasceu o Paysandu.
“Vou fundar um clube para vencer o Grupo do Remo”, disse Hugo Manoel de Abreu Leão, dissidente do Nort Club e principal líder do movimento, aos dirigentes do Remo, que tentavam dissuadi-lo da ideia de fundar uma nova agremiação e ainda o convidavam para fazer parte do velho clube.
Em 1º de fevereiro de 1914, dois meses depois dos primeiros encontros, o jornal O Estado do Pará convocou para a fundação de uma nova instituição esportiva.
No dia 2 de fevereiro, uma segunda-feira, às 20h15min, na residência de Abelardo Leão Conduru, na Rua do Pariquis, nº 22, entre as travessas Apinagés e São Matheus (atual Padre Eutíquio), em Belém, começava a assembleia de nascimento do novo clube de futebol do estado do Pará.
Hugo Manoel de Abreu Leão foi escolhido presidente da assembleia e propôs o nome de Paysandu Foot-Ball Club, em homenagem ao feito brasileiro na Guerra do Paraguai. Após acalorado debate, o nome saiu vencedor. Pouco tempo depois, “Foot-Ball” deu lugar a “Sport”.
E lá se foram 100 anos de história do Paysandu Sport Club, o “Papão da Curuzu”!
Aliás, o apelido nasceu em 1948, época em que o clube ganhava tudo no Pará (conquistou cinco títulos -1942, 1943, 1944, 1945 e 1947 – o último de forma invicta). Certo dia, o jornalista Everardo Guilhon, do jornal A Vanguarda, escreveu na manchete: “Hoje treina o bicho-papão”. Aí, foi juntar Papão e Curuzu – nome carinhoso da casa do Paysandu a partir de 1918 até hoje (estádio Leônidas Castro) – para nascer a alcunha.
Neste centenário, o Paysandu tem muitos feitos e recordes para celebrar. É o segundo maior campeão estadual do Brasil, com 45 conquistas, atrás somente do ABC de Natal (52 títulos). Tem duas taças de Campeonato Brasileiro da Série B (1991 e 2001). Em 2002, venceu e a Copa dos Campeões, o que valeu vaga para disputar a Copa Libertadores da América, no ano seguinte.
Na maior competição de clubes da América, o Papão fez história, com a memorável e fantástica vitória por 1 a 0 sobre o Boca Juniors, em plena Bombonera. Iarley foi o herói daquela noite histórica de 22 de abril de 2003. Assim, o clube paraense se junta a Santos, Cruzeiro, Grêmio, Internacional e Fluminense como os únicos times brasileiros a vencerem o poderoso time argentino no caldeirão de Buenos Aires.
Outro feito internacional notável e lembrado até no hino não-oficial do clube (ouça abaixo) é a vitória por 3 a 0 sobre o Peñarol, em 18 de julho de 1965. Na época, a equipe era a base da seleção uruguaia e tinha nomes como Ladislao Mazurkiewicz, Diego Forlán e Pedro Rocha.
Por fim, a rivalidade. Fundado um ano depois do Remo, o Paysandu tem 3 títulos estaduais a mais que o rival (45 a 42). Aliás, o clássico Re-Pa é mais jogado do Brasil (dizem até do mundo!). Até hoje, foram 718 duelos, com 225 vitórias do Paysandu, 256 vitórias do Remo e 238 empates.
Centenário, o “Papão da Curuzu” segue seu caminho, com altivez e dignidade, marcas do clube desde o nascimento.
O hino popular do Paysandu:
Fontes: