Há 15 anos… dia 20 de fevereiro de 2002.
“Poderia esquecer cada provocação e insulto após cada doída derrota. Poderia omitir tudo isso. Mas não me esquecerei de nenhum deles, jamais. E prefiro não preencher página alguma sem citar nosso fardo, o peso da derrota e nossos tropeços. Esta nunca seria uma história completa, muito menos digna ou honesta. E nós prezamos muito pela dignidade e honestidade. Vestir uma camisa verde não é apenas um ato fútil de ostentação e glória. É muito mais do que isso. E palavras escritas serão incapazes de explicá-lo.”
Palestrino de quatro costados, como se dizia antigamente, ou roots, como eu acho que ainda se diz hoje, o amigo Luigi se derramou em palavras no post-tributo ao Palmeiras, nos 100 anos do clube. Honesto, também não se eximiu do papel de expor as agruras e as dores de se ser Palestra.
Há 15 anos, o amigo e seus pares de fato, os torcedores que sentem, verdadeira e profundamente, a dor da derrota, vivenciaram uma ópera bufa em pleno Parque Antarctica. Uma madrugada de sabor amargo na garganta, peso na cabeça e infinita insônia.
Tudo por causa do time de três letras: ASA. O ASA de Arapiraca.
A vitória por 2 a 1 foi inútil. Na estatística histórica, mais uma entre tantas. Na linha do tempo histórica, um mastodôntico vexame.
Em 20 de fevereiro de 2002, o time de Vanderlei Luxemburgo, Marcos, Alex, Arce, Galeano, nomes que escreveram capítulos épicos na centenária História da Sociedade Esportiva Palmeiras, teve sua noite de terror.
Uma trágica e precoce despedida da Copa do Brasil, logo na primeira fase.
Do outro lado, uma glória sem precedentes para o bravo e modesto ASA, um clube em que a presidente da época, Luciana Machado, também fazia a função de médica do elenco! (Veja a história no link do Estadão).
Só o futebol para proporcionar surpresas dessa magnitude e como esse enredo.
Uma classificação celebrada como se fosse um título, com direito a trio elétrico e desfile pelas ruas de Arapiraca. Justa festa ao então bicampeão estadual.
Um visitante que soube tirar proveito do nervosismo dos jogadores e da impaciência da torcida para se classificar. Por causa da vitória por 1 a 0 no primeiro duelo, o gol de Sandro Goiano, aos 43 minutos do primeiro tempo, bastou para eliminar o gigante paulista.
Mesmo com um jogador a mais desde os 15 minutos, o Palmeiras não conseguiu marcar mais um tento, que proporcionaria a passagem para a próxima etapa.
O conto de fadas alagoano terminaria já na segunda fase, com eliminação para o Confiança, de Sergipe.
Já o clube de Palestra Itália nem imaginava que o tombo era apenas um aperitivo do indigesto banquete do ano de 2002.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Reportagem de Mauro Naves sobre o jogo:
Festa em Arapiraca:
Fontes e +MAIS: