Há 45 anos… dia 2 de fevereiro de 1971.
Uma semana após liderar um golpe militar, Idi Amin Dada assumiu o poder em Uganda.
De 2 de fevereiro de 1971 até 11 de abril de 1979, o truculento e corpulento homem de quase 2 metros de altura e 120 kg governou o país do centro-leste da África com mão pesada. Esmagou opositores de forma impiedosa e desumana, privilegiou etnias e tribos em detrimento de outras, colecionou inimigos aos montes.
Saldo final: mais de 300 mil mortos e uma nação completamente destroçada, mergulhada em colapso econômico, pobreza, corrupção e total isolamento internacional. Em pouco mais de oito anos, Amin entrou para a História como um dos mais sanguinários ditadores do século 20, ao destruir o futuro que parecia promissor no horizonte do país.
Entre os anos de 1961 e 1962, Uganda se tornou independente do Reino Unido. Sob liderança de Milton Obote, inicialmente primeiro-ministro e depois presidente, o povo ugandense experimentou certa prosperidade, com um regime democrático e relativa coalizão entre os partidos políticos.
Obote tinha boa proximidade de Idi Amin, a quem fizera chefe das forças armadas e a quem recorrera em situações críticas. Nessas ocasiões, Amin se mostrou um conselheiro importante e um leal braço-direito do chefe de estado. Assim, Obote conseguiu levar a cabo reformas importantes em Uganda, muitas de cunho socialista.
Porém, uma conjunção de fatores levou ao rompimento entre os dois. Primeiro, as ideias de esquerda do presidente começaram a incomodar potências do Ocidente, em especial os antigos colonizadores ingleses, que, à distância, ensaiavam uma troca de poder. Mais importante: Obote começou a desconfiar que Amin tramava um golpe contra ele, amparado pelo exército e pelo apoio ocidental. Tinha razão.
Em 25 janeiro de 1971, enquanto ele estava fora do país, em encontro em Cingapura, Amin liderou o exército e tomou de assalto o poder na capital Kampala. Tinha, ainda, o plano de executar Obote e seus ministros assim que chegassem em Uganda. O então presidente foi avisado e se exilou na Tanzânia.
Por quase uma década, Milton Obote acompanhou de longe as barbaridades cometidas pelo seu ex-aliado. Em 1980, após a queda de Amin, retornou a Uganda para reassumir o poder.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Documentário “Capturing Idi Amin”:
Fontes e +MAIS:
– dw.com
Olá, Éricles!
Quando houver uma efeméride relacionada a ele, podemos fazer, sim!
Obrigado pelo comentário.
Fique com a gente!
Abraço,
Fernando.
Você se importaria em fazer um artigo.sobre Jean Bédel-Bokassa?
Boa tarde, caro Marcos!
Muito obrigado pela mensagem! Fico feliz em ter ajudado!
De fato, Amin foi um ditador dos mais sanguinários, como pode-se ver também no ótimo filme “O Último Rei da Escócia”. Recomendo!
Boa sorte com o artigo. Se puder, poste aqui nos comentários, quando for publicado.
Grande abraço,
Fernando.
Estou escrevendo um artigo sobre o Golpe Militar de 1971 na Uganda, e esse site me ajudou bastante.
Percebemos que Idi Dada não tinha uma capacidade intelectual de escolher ideologias a seguir, pois o mesmo, tentou impedir uma culminância de um governo socialista e por outro lado agia como Stalim, matando e perseguindo vários inimigos.
Embora ele tenha dito que o regime militar se manteria provisoriamente até a chegada de novas eleições, o que se viu foi um regime déspota, corrupto, sanguinário e desumano q durou 8 anos e deixou um país como Uganda, q já era pobre, em mais pobre ainda.
E logo ele, depois de deposto, se exilou na Líbia, onde foi expulso pouco tempo depois por seu antigo aliado Kadafi, e foi para a Arábia Saudita onde morreu em 2003.
“Não sinto remorso, só saudades” disse ele pouco antes de morrer a uma entrevista. “Los muertos q vos matáis gozan de buena salud” já dizia Juan Ruiz de Alarcón.