12 de dezembro de 1915
Francis Albert Sinatra.
The Voice, The Sultan of Swoon, Ol’ Blue Eyes, The Chairman of the Board…
Mais de mil livros já foram escritos para desvendar o que foi o primeiro popstar moderno, como bem definiu Stephen Holden no New York Times.
Nesta semana, a Companhia das Letras lançou Sinatra – O Chefão (Sinatra – The Chairman), segundo volume do projeto biográfico de James Kaplan. Tem 1176 páginas. O primeiro (Frank Sinatra – A Voz) tem 752.
Em 1966, Gay Talese pariu o New Journalism com “Frank Sinatra Has a Cold”, uma peça de 55 páginas publicada na revista Esquire. Uma obra-prima do jornalismo, o mais célebre perfil do The Voice, tão extraordinário que tem até verbete na Wikipedia!
Na semana de celebração do centenário, Ruy Castro e Zuza Homem de Mello capitanearam os especiais de Folha e Estadão, com textos saborosos sobre Ol’ Blue Eyes.
Já sacou o meu ponto, né?
Pois é. Como diria Belchior, “eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco…”
Porém, fica aqui registrada a singela homenagem do efemérides a um dos maiores artistas do século 20, a maior voz da música, um personagem riquíssimo, com uma vida tão forte quanto seu talento.
“Era um bebê de 6,1 kg tentando sair de uma mulher de 1,5 m de altura. O médico conseguiu arrancá-lo, mas o fórceps rasgou-lhe o pescoço, a face e uma orelha, deixando marcas que o acompanhariam para sempre e ele nunca tentou disfarçar. Sinatra veio à luz, mas não respirava. O médico o deu como morto e foi socorrer a mãe. Sua avó pegou-o pelos tornozelos, levou-o para o tanque e o pôs debaixo de uma torneira fria. Foi dessa maneira brutal que Frank conheceu a vida”, conta Ruy Castro, sobre a chegada de Francis Albert Sinatra ao mundo.
E de uma maneira brutal, ele viveu. Bateu, levou, caiu, se levantou. Mas fez do jeito dele.
De 12 de dezembro de 1915 a 14 de maio de 1998, Frank Sinatra personificou, com precisão, toda e cada linha de “My Way”, a música que Paul Anka criou pra ele, inspirada na francesa “Comme d’Habitude”, de Gilles Thibaut e Claude François.
Então, conforme as lágrimas escorrem, nada me resta a fazer.
Um copo de whisky, o bolachão na agulha e The Voice na caixa.
Cheers, Frank. Ou melhor, cent’anni!
My Way
And now the end is near
And so I face the final curtain
My friend, I’ll say it clear
I’ll state my case of which I’m certain
I’ve lived a life that’s full
I traveled each and every highway
And more, much more than this
I did it my way
Regrets, I’ve had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption
I’ve planned each charted course
Each careful step along the byway
And more, much more than this
I did it my way
Yes there were times, I’m sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all and I stood tall
And did it my way
I’ve loved, I’ve laughed and cried
I’ve had my fill, my share of losing
And now as tears subside
I find it all so amusing
To think I did all that
And may I say, not in a shy way
Oh, no, oh, no, not me
I did it my way
For what is a man, what has he got?
If not himself, than he has naugth
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels
The record shows, I took the blows
And did it my way
Em tempo: belíssima sacada da Folha, primeiro ao conversar com Talese, depois por “informar” que ele está resfriado. Genial. Aliás, você pode ler “Frank Sinatra Has a Cold” aí no link da Esquire! Recomendo que leia todos os outros links!
“My Way”:
Cena de “A um Passo da Eternidade”:
+MAIS:
– Wikpedia