Dia 25 de novembro.
48% x 39%.
A primeira pesquisa Datafolha com intenções de voto para o segundo turno das eleições presidenciais mostraram vantagem de 9 pontos percentuais para Collor.
No resultado oficial da primeira rodada do pleito, no dia 15, o candidato do PRN teve pouco mais de 12% de vantagem sobre o petista: 28,52% contra 16,01%. Assim, na comparação do resultado com a sondagem, o crescimento foi de 68% para Collor e de 144% para Lula.
Apesar de indefinição dos apoios dos derrotados para o segundo turno, com indecisão e debates dentro do PSDB de Covas, do PMDB de Ulysses e do PDS de Maluf, além da inclinação do PDT de Brizola em direção a Lula, o levantamento do Datafolha revelava um movimento bem delineado do eleitorado.
Grande parte dos eleitores de Maluf e Afif (PL), por exemplo, daria o voto para Collor, enquanto que a maioria dos votantes de Brizola, Ulysses e Roberto Freire (PCB) estavam com Lula.
Terceiro colocado no primeiro turno, Covas dividia os apoiadores: 42% declaravam voto em Lula e 37%, em Collor. O maior apoio para Collor vinha do eleitorado de Maluf: 62%. Já Lula levava 80% dos votantes em Freire.
“A briga é boa”, dizia Clóvis Rossi em sua coluna na página 2 da Folha de 25 de novembro. “Como, na prática, sequer começou a campanha para o segundo turno, há margem para que essa diferença se dissipe. Ou, em termos mais concretos e até certo ponto contraditórios, a primeira pesquisa do Datafolha sobre o segundo turno mostra que Collor é de fato o favorito, mas não tão favorito quanto se supunha”, analisou.
Nos dias anteriores à divulgação da pesquisa, Collor e Lula se atacaram e baixaram um pouco mais o nível da campanha. O candidato do PRN disse que o PT pregava a revolução armada e a conquista do poder pelo derramamento de sangue. Em resposta, Lula chamou Collor de imbecil e disse que estava pronto para a guerra.
O horário eleitoral no rádio e na TV voltaria no dia 28 e novos rounds seriam travados. O tom do segundo turno seria ainda mais alto que no primeiro. E os próximos capítulos reservavam novas polêmicas, surpresas e golpes baixos de lado a lado.
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