Vinicius tomou contato com a Bahia por meio dos afro-sambas. Baden Powell apresentou o candomblé e a cultura mística da Boa Terra ao poeta. Mas foi um mergulho raso.
Gesse Gessy foi o mergulho profundo no “mar que não tem tamanho” da Bahia.
Com a baiana, Vinicius se exila do Brasil grandioso e feio da ditadura militar. Foge do eixo Rio-SP rumo a Itapuã, troca paletó e gravata pelas batas brancas e os colares e vive como um guru hippie.
Conhece a Mãe Menininha do Gantois, que tira o seu medo de avião, e se encanta de vez no universo do candomblé.
“Vinicius se exila no sonho”, escreve José Castello. Diz mais:
“O amor pela baiana Gesse Gessy, inaugurado em 1969, aos 55 anos do poeta, significa, antes de tudo, a busca pelo rejuvenescimento. Gesse – com seu misticismo, sua sensualidade primitiva, seu physique de feiticeira – o desafia. O poeta vive essa paixão como uma forma de exílio. Muda-se para Itapuã, à época uma espécie de Katmandu dos pobres com seus hippies e seu fascínio pelo tropicalismo.”
O casamento com Gesse, o sétimo do poeta, dura seis anos. Para ela, Vinicius escreve o “Soneto de luz e treva”.
Fontes:
– Biografia Vinicius de Moraes – O poeta da paixão, de José Castello