Um envolvimento “proibido”, fugaz e intenso.
Assim foi o casamento de Vinicius de Moraes e Regina Pederneiras. Ele se deixou levar pela paixão pela arquivista do Itamaraty, mergulhou fundo na relação, deixou Tati e entrou em depressão quando tudo terminou.
Carioca, de pele alva, olhos verdes, baixinha e gordinha, Regina era conhecida pelo bom humor. Vinicius a conhece pelo trabalho de diplomata no Itamaraty e acabam se casando em 1945, em pequena igreja de Petrópolis. A relação dura dois anos e, apesar de apaixonado, o poeta nunca se convenceu de que deixaria Tati.
“Quase todo dia, ela e Vinicius encerram o expediente num barzinho em frente ao Itamaraty, onde sorvem seguidos cálices de cachaça de macieira – a bebida preferida da arquivista. Vinicius, por fim – e sem muita convicção – sai de casa. Regina toma o controle da situação. Casam-se no religioso, numa pequena igreja de Petrópolis, por pressão dos pais de Regina, que descobrem o romance e exigem uma união formal. O ato religioso não corresponde à opção por uma vida conjugal estável. Vinicius o aceita quase como um ritual de pacificação. Sabe que continua casado com Tati, as palavras daquele padre não o impressionam. Regina, mesmo assim, pretende mantê-lo atrelado a uma disciplina férrea e arrastá-lo para uma vida nova. Não sabe que tem um sonho impossível.”
José Castello conta que a família de Regina ficou surpresa com o casamento. Pessoas em torno de Vinicius e, principalmente, de Tati, maldizem a união e Regina, o que contribui para o fracasso do casório.
No fim, eles se separam e Vinicius recebe a ajuda do amigo João Cabral de Melo Neto no momento de fossa.
O poeta reata com Tati, com quem vive maravilhosa temporada de cinco anos em Los Angeles. Junto com os filhos Susana e Pedro, o casal tem período feliz e estável, certamente o melhor dos 11 anos de casamento.
Da relação com Regina, ficou o poema Balada das arquivistas, homenagem de Vinicius a segunda mulher de sua vida.
Fontes:
– Biografia Vinicius de Moraes – O poeta da paixão, de José Castello