Raí chega ao São Paulo

Há 30 anos… dia 9 de setembro de 1987.

“Raí é a memória do garoto e a saudade do adulto”, rabisquei, no post sobre os 50 anos do maior ídolo (“Jamais haverá jogador maior que Raí na História do São Paulo Futebol Clube”).

Pois exatos 30 anos atrás, ele chegava ao Morumbi.

Já cercado de boa dose de expectativa, aliás.

Ainda era o irmão de Sócrates, claro. Mas o talento e a categoria mostrados com a camisa do Botafogo de Ribeirão Preto tinham atraído não só a atenção dos grandes clubes, mas também a de Carlos Alberto Silva, então técnico da seleção brasileira.

Quando foi contratado pelo Clube da Fé, após acirrada disputa com o próprio Corinthians do Doutor, o meia de passadas largas e fina elegância em campo já tinha algumas convocações no currículo.

Aos 22 anos de idade, Raí era uma grande aposta para a renovação do elenco Tricolor, a essa altura já sem Careca e prestes a perder Pita, Müller e Silas, pra citar somente o quarteto avassalador dos “Menudos do Morumbi”.

A reportagem do Estadão sobre a apresentação dá a medida da esperança depositada no jogador, chamado pelo jornal de “nova estrela do São Paulo”.

“Tenho muita coisa pela frente e tudo fica mais fácil em um clube como o São Paulo. As condições de trabalho são excelentes. Espero disputar muitos títulos e ser titular da Seleção Brasileira”, afirmou o reforço.

Raí tinha ciência do longo caminho e dos desafios. E o jornal também o relembrou de uma possível pedra em sua chuteira: o técnico Cilinho. Um ano antes, quando no comando da Ponte Preta, o treinador fora contra o empréstimo dele. Tanto que Raí retornou antes do prazo ao Botinha.

Figura difícil e geniosa – que, aliás, merecia uma biografia! -, Cilinho até mostrou simpatia e hospitalidade, mas não perdeu a chance de dar uma cutucadinha de leve na promessa, claro.

“Ele não se adaptava ao estilo de trabalho que estávamos realizando na Ponte. Precisávamos de um jogador veloz. Raí, no entanto, tem muita técnica e quando estiver bem preparado terá a chance de lutar por um lugar na equipe”, disse, com certa ironia.

A lentidão no estilo de jogo, por sinal, se tornaria o Calcanhar de Aquiles de Raí nos primeiros tempos de São Paulo. Um período de irregularidade e oscilação, longe da futura aclamação e reconhecimento.

A estreia aconteceria em outubro, contra o Grêmio. E o primeiro dos 128 gols seria marcado no terceiro jogo, contra o Goiás, no Morumbi.

As glórias como o grande craque e o camisa 10 absoluto se realizariam sob o comando de um tal de Telê Santana.

Mas essas histórias ficam pra outro dia… Porque todo dia é histórico.

Na foto: Raí e Marco Aurélio Cunha, à época médico do clube (de Alfredo Rizzutti/Estadão).

Raí relembra chegada ao São Paulo:

Fontes e +MAIS:

– Acervo Estadão

– Acervo Folha

– saopaulofc.net

– Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa

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