Há 40 anos… dia 11 de julho de 1973.
“Boeing da Varig cai em Paris e mata 122”.
A manchete da edição do dia 12 de julho de 1973 do Estadão anunciava uma das maiores tragédias da história da aviação brasileira e mundial.
“O Boeing PP-VJZ da Varig caiu ontem, depois de um incêndio a bordo, a apenas 4 quilômetros (ou 90 segundos) do aeroporto de Orly, em Paris, causando a morte de 122 de seus 134 ocupantes, no maior desastre da aviação comercial brasileira”, dizia o texto de capa do jornal.
“O acidente tomou ainda maiores proporções, porque havia grande número de pessoas conhecidas entre as vítimas: o senador Filinto Muller, Regina Lecrery, da sociedade carioca, o campeão mundial de iatismo, Joerg Bruder e o cantor Agostinho dos Santos, entre outros”, continuava.
Agostinho dos Santos foi um importante nome na história da Música Popular Brasileira. Uma trajetória prematuramente interrompida quando ele tinha apenas 41 anos. Nascido em São Paulo, começou a carreira como crooner de orquestra. Depois, trabalhou nas rádios Nacional e América.
Em 1955, foi para o Rio de Janeiro trabalhar com Ângela Maria e Sílvia Teles, na Rádio Mayrink Veiga. Um ano depois, já gravava um LP (Uma Voz e seus Sucessos), com músicas de Tom Jobim e Dolores Duran, dois compositores iniciantes na época.
Ganhou projeção com a participação no filme “Orfeu Negro” (ou “Orfeu do Carnaval”), de 1959, direção de Marcel Camus e trilha sonora de Tom e Vinicius. Agostinho dos Santos fez a voz nas cenas em que Orfeu canta no filme, como em “Manhã de Carnaval”, música de Luiz Bonfá e letra de Antônio Maria, e em “A Felicidade” (Tom e Vinicius), que consagrou Agostinho internacionalmente.
Depois do filme, ganharia prêmios mundo afora. Esteve na famosa noite da Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York, em 1962, ao lado do conjunto de Oscar Castro Neves.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Ouça “Manhã de Carnaval”, na voz de Agostinho dos Santos, em cena do filme “Orfeu Negro”:
Fontes:
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