Mais uma “filha” de John, que a reprovava com certa veemência e frequência, como fez na última entrevista:
“‘Good Morning’ é minha. É uma porcaria, um lixo, sempre achei. O ‘good morning, good morning’ era de um comercial de cereais da Kellogg’s. Sempre mantive a TV em volume baixo quando estava escrevendo, a frase apareceu e depois escrevi a música”.
Para Paul, a composição tem indícios do inconsciente do amigo se manifestando em relação ao casamento e à rotina. Ele também se recorda que havia outras referências além da propaganda da marca de cereal.
“John estava se sentindo preso no subúrbio, passando por alguns problemas com Cynthia. Era sobre a sua vida chata na época – há uma referência na letra de ‘nothing to do’ e ‘meet the wife’; Havia um programa de tarde na TV chamado Meet the Wife que John assistiu, para você ver o nível de tédio dele, mas acho que ele também estava começando a ter sinais de alerta”, pontua Macca, em Many Years From Now, de Barry Miles.
As estruturas de letra e, principalmente, da melodia indicam uma certa bagunça, de fato. O início frenético, com explosão de metais, a batida acelerada de Ringo, o intermédio com surpreendente solo de guitarra de… Paul!, os sons dos bichos!
Sobre eles, retirados dos arquivos de Abbey Road, conta Hunter Davies:
“Os sons finais incluíram galo, pássaros, cão, vaca, caça à raposa, leão, cavalo, carneiro. Supõe-se que foram arrumados de propósito em ordem, com John insistindo em que cada um fosse capaz de comer ou afugentar o anterior. Não posso afirmar ter notado isso na época – ou agora. Mas são efeitos de som muito bons”.
O engenheiro Geoff Emerick confirma a persistência de John em relação a ordem em cadeia alimentar dos animais.
Aliás, acho que tem mais bicho nessa selva aí, não? Há miados felinos, com certeza!
Ajude o éfemello e encontre mais elementos da fauna em “Good Morning Good Morning”!
Até amanhã!
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John desdenha a música:
Fontes e +MAIS:
– As letras dos Beatles – A história por trás das canções, de Hunter Davies
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