Uma simpática homenagem às guardinhas de trânsito femininas, à época uma novidade no Reino Unido e em muitos lugares mundo afora.
Composição de Paul, óbvio.
Conta Hunter Davies:
As pessoas comuns são, é claro, universais, e têm sentimentos e problemas universais, como chegar aos 64 anos e ficar imaginando se ainda vão ser necessárias. Sendo um fenômeno novo e moderno, “lovely Rita” [adorável Rita] ainda não era universal. Paul se divertiu ao saber que nos EUA as inspetoras de trânsito eram conhecidas como “meter maids” em vez de “traffic wardens”. Ele precisava de um nome de mulher que rimasse com meter, daí Rita.
O escritor também ressalta que o natural seria uma música crítica ao trabalho um tanto antipático das vigias do trânsito, sempre prontas a cumprirem seu dever (leia-se multas!). Situação da qual o distraído e despreocupado motorista Paul McCartney era vítima habitual, diga-se.
Mas Macca inverte a lógica e cria uma situação de amor platônico entre a autoridade feminina e o pobre cidadão, que se vê apaixonado, ávido para “rebocar o coração” de sua musa do trânsito! Muito espirituoso, Sir Paul.
Tempos depois, a inspetora Meta Davis alegou ter sido inspiração para “Lovely Rita”, pois fora a algoz de uma das muitas multas aplicadas a Paul em St. John’s Wood, região de Abbey Road e de sua casa, na época. No entanto, ele não se lembrou de Meta…
Inspirações à parte, a divertida letra ganhou melodia à altura, com direito a imaginativo e peculiar solo de piano no estilo honky-tonk assinado por George Martin, percussão vocal de John e sons de kazoo! Extraordinário.
Aliás, os efeitos sonoros, digamos, exóticos, seriam copiados por uma banda iniciante, que estava em Abbey Road gravando o primeiro disco e conseguiu se enfiar no estúdio junto com os Beatles em um dos dias de registro de “Lovely Rita”. Nome do grupo? Pink Floyd!
É isso aí.
Amanhã tem o bom dia de John!
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“Lovely Rita”:
Fontes e +MAIS:
– As letras dos Beatles – A história por trás das canções, de Hunter Davies
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