Há 255 anos… dia 22 de maio de 1762.
“Marcello, come here! Hurry up!”
Em uma das cenas mais icônicas do cinema, Sylvia, famosa atriz sueca vivida por Anita Ekberg, faz indecoroso (e irrecusável) convite ao repórter Marcello Rubini, interpretado por Marcello Mastroianni.
Um banho noturno na Fontana di Trevi.
O encontro está no igualmente emblemático “La Dolce Vita” (1960), de Federico Fellini. Aconteceu mais de 200 anos depois da inauguração do que se tornaria um dos cartões-postais de Roma.
Em 22 de maio de 1762, o Papa Clemente XII “batizou” a hoje mais conhecida fonte da Cidade Eterna, possivelmente a mais famosa do mundo.
Um projeto que se iniciara mais de um século antes, sob a batuta de outro papa.
Foi o Papa Urbano VIII o idealizador da reforma da antiga fonte de água no coração de Roma. O ano era 1629 e a cidade enfrentava situação de escassez do recurso.
Situada em um cruzamento de três estradas da Roma Antiga, a construção marcava o ponto final do Acqua Vergine, um dos mais antigos aquedutos da cidade. Por mais de 400 anos, ele abasteceu Roma, antes de ser destruído pelos invasores godos.
A partir do Renascimento, por volta do final século 15, começou-se a pensar na restauração, por iniciativa do papa Nicolau II e do arquiteto Leon Battista Alberti. Alguns esboços foram feitos, mas nada de obra.
Urbano VIII retomou a ideia, mas não viveu para colocá-la em prática, o que só aconteceria em 1730, quando, enfim, Clemente XII organizou novo concurso para a reforma.
Mesmo derrotado, Nicola Salvi acabou tocando o projeto, que durou 30 anos. Salvi não veria a Fontana di Trevi pronta, já que faleceu em 1751.
Em mais de 250 anos, o monumento passou por alguns reparos para continuar sendo ponto de encontro e local de visitação de milhões de turistas, que o procuram por sua beleza rara e única, além, claro, para ter os desejos realizados.
Dizem que o segredo é jogar duas moedinhas, uma de cada vez. Uma pelo pedido, outra para retornar a Roma.
Você sabia que “La Dolce Vita” não foi o primeiro filme a imortalizar a Fontana di Trevi? Seis anos antes do longa de Fellini, “A Fonte dos Desejos” deu fama ao monumento.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
E todos os posts levam a Roma!
Na foto: gravura de Carlo Antonini, Fontana di Trevi (1780).
A famosa cena de “La Dolce Vita”:
Fontes e +MAIS: