Há 15 anos… dia 19 de maio de 2002.
“Independência! Como um povo, um território e uma nação, uma mente e um desejo”.
Assim exclamou o novo presidente da nova nação, a primeira do século 21. Em meio ao show de fogos e de aplausos, Xanana Gusmão exaltou a autonomia do Timor Leste, conquistada após longos anos de domínios de portugueses e indonésios.
Diante de uma multidão com ilustres presenças, como o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o ex-presidente americano, Bill Clinton, o presidente de Portugal, Jorge Sampaio, entre outros, o ex-guerrilheiro advertiu para que houvesse união do povo em busca de um futuro pleno para todos.
“Nossa independência não terá nenhum valor se o povo de Timor Leste continuar a viver na pobreza e sofrendo todos os tipos de dificuldades”, alertou, garantindo foco justamente na questão social do novo Estado.
Chamado à tribuna, o bispo da capital Díli, dom Carlos Belo, um dos heróis da resistência pacífica e ganhador do Nobel da Paz em 1996, agradeceu a muita gente no discurso, com especial menção a Sérgio Vieira de Mello.
O brasileiro teve papel fundamental na transição para a autonomia do Timor, sendo o responsável por administrar a região após a vitória da independência, em plebiscito organizado pelas Nações Unidas, em 1999.
Kofi Annan aproveitou para ressaltar o caráter solidário do processo de autonomia. “Nunca antes na história da humanidade tantas nações se uniram para ajudar um pequeno país como o Timor a se tornar independente”, afirmou.
Após mais de 300 anos subordinado a terceiros, enfim, o povo timorense podia sorrir por andar com as próprias pernas. Do século 16 até 1975, foram os portugueses quem dominaram. Em seguida, o exército da Indonésia tomou conta com repressão e mão pesada.
Era, realmente, uma noite para não esquecer.
Infelizmente, a perspectiva lançada por Gusmão 15 anos atrás não se concretizou. O povo do Timor Leste segue lutando por dias melhores.
A cerimônia de Independência:
Fontes e +MAIS:
– bbc.com
– cnn.com