Há 10 anos… dia 14 de dezembro de 2006.
Em 1947, junto com o amigo Herb Abramson e com US$ 10 mil emprestados do dentista, ele fundou uma gravadora, “simplesmente porque queríamos ter alguns artistas cuja música gostávamos, e para fazer o tipo de discos que gostaríamos de comprar”.
Ahmet Ertegun foi o Midas da Atlantic Records.
O homem a dar toque genial e a estender a mão a uma infindável lista de artistas.
Ray Charles, The Drifters, Big Joe Turner, John Coltrane, Ornette Coleman, Charles Mingus, Led Zeppelin, Crosby, Stills e Nash, AC/DC, Rolling Stones, Cream, Aretha Franklin, Otis Redding, Wilson Pickett, Solomon Burke, The Allman Brothers, Foreigner, Stevie Nicks, Roberta Flack, Jewel, Stone Temple Pilots, Matchbox Twenty, Björk, Kid Rock, Death Cab for Cutie…
Sem o turco nascido em Istambul, possivelmente muita gente não teria espaço para mostrar seu talento. Gente como uma tal de Aretha Franklin.
Ou um pianista do sul dos Estados Unidos chamado Ray Charles. “Quando ouvi Ray Charles pela primeira vez, ele era um artista meio fracassado de uma pequena gravadora na Califórnia. Não tinha vendido nenhum disco. E eu cobri seu contrato por US$ 2.500”.
Sem Ertegun, o “zepelim de chumbo” de Plant, Page, Jones e Bonham não flanaria nos céus da música e do rock com o mesmo peso e relevância. “Daqui a 50 anos, as pessoas ainda estarão ouvindo Led Zeppelin e sequer se lembrarão de mim”, disse, certa vez. Engano seu, caro Ahmet.
Uma década atrás, “a comunidade da música perdeu um pioneiro e um ícone”, como bem pontuou o então presidente e CEO da Atlantic, Craig Kallman. “Perdemos nosso pai. Ahmet mudou o rumo da música moderna e da cultura, e ele viverá através do legado atemporal do trabalho que foi criado sob sua direção e cuidado”, acrescentou.
Apesar da venda da gravadora para a Warner Bros., em 1967, Ertegun jamais se afastou da “cria”. Tanto que era amigo dos artistas mais novos e recentes, como Kid Rock e Lil’ Kim.
Partiu sem nenhum ranço saudosista. Admirava os novos talentos tanto quanto os que ajudara, no início da Atlantic. “Eminem, Kanye West, gosto desses caras. Mas gosto de todos os músicos da Atlantic, porque eles são os melhores”, disse, às gargalhadas, em entrevista de 2005.
“Ahmet Ertegun foi um visionário único, cuja influência e inspiração farão profunda falta, mas nunca serão esquecidas”.
Fiquemos com as palavras finais do obituário da Rolling Stone, por James Sullivan, nesse singelo post-tributo a um grandíssimo nome da música do século 20.
Ahmet Ertegun no Rock and Roll Hall of Fame:
Vale ver: Documentário “Atlantic Records: The House That Ahmet Built”.
Fontes e +MAIS: