Há 50 anos… dia 7 de dezembro de 1966.
No agregado, como dizem hoje, placar de 9 x 4.
No Mineirão, inacreditáveis 5 a 0… só no primeiro tempo! Mais um na etapa final e “score” completo de 6 a 2.
6 x 2!
“Quando eu desci o túnel no primeiro tempo, o Dirceu Lopes tava do meu lado e eu falei assim: ô, Dirceu, quanto é que tá mesmo? Ele falou: ‘5!!’ E eu: 5?? Eu voltei, dei dois passos pra trás, olhei o placar e falei assim: MEU DEUS!”, relata o goleiro Raul, relembrando a inesquecível e histórica noite de 30 de novembro.
Uma semana depois, no Pacaembu, nova vitória surpreendente: 3 a 2, de virada.
Eis um relato do pai deste que vos escreve, que esteve no Paulo Machado de Carvalho naquela noite de 7 de dezembro:
Afinal, aquela quarta-feira chuvosa não era uma noite comum.
Era dia de ver se o grande Santos de Pelé conseguiria reverter a incrível goleada de 6 a 2 de uma semana antes. Foi por isso que eu, em meio aos estudos para o vestibular de Direito, saí de minha casa, na Rua Bahia, desci o bequinho da rua Avaré e fui ao Pacaembu como tantas vezes fiz.
Valeu a pena. Vi um Pelé com sangue nos olhos, tentando devolver a humilhação de BH; assim foi o primeiro tempo e os 2 a 0 – que poderiam ter sido 4.
O segundo tempo, porém, revelou o que o primeiro jogo havia escancarado: três dos ícones das maiores conquistas praianas estavam se despedindo dos campos – Gilmar, Mauro e Zito.
Do outro lado, confirmava-se a categoria ímpar de Tostão, um jogador que já tinha ido para a Copa da Inglaterra e, ao seu redor, um time com mais três craques: Zé Carlos, Dirceu Lopes e Wilson Piazza, um capitão experiente, Procópio, e um Natal exuberante e goleador. E o avassalador ataque de baixinhos – Natal, Evaldo, Tostão, Dirceu Lopes e Hilton Oliveira!
No final 3 a 2 Cruzeiro, com um penal perdido por Tostão.
Cinco décadas atrás, o Cruzeiro de Tostão, Raul, Dirceu Lopes, Piazza e Cia. pôs o Santos de Pelé na roda e conquistou o título da Taça Brasil.
Um marco para o futebol mineiro, uma nova etapa para o futebol brasileiro. O estado se colocava, definitivamente, no mapa do esporte bretão nacional. O Cruzeiro, entre os grandes clubes do País.
A aula no time de Pelé, Pepe, Zito, Gilmar, Carlos Alberto Torres e Toninho Guerreiro foi apenas a confirmação de uma campanha impressionante e invicta.
Em 8 jogos, 7 vitórias e 1 empate, com 21 gols marcados e 7 sofridos, contribuindo para a média da competição, de 3,17 por jogo (149 gols em 47 jogos).
Cruzeiro, campeão da Taça Brasil de 1966.
Um time para a História. O time que pôs na roda o incrível Santos de Pelé.
Programa “Loucos Por Futebol”, da ESPN, relembra a Taça Brasil de 1966:
Compilado de entrevistas sobre a Taça Brasil 66:
Fontes e +MAIS: