Há 55 anos… dia 1º de setembro de 1961.
BELGRADO, 1 (ANSA, UPI, AFP, AP, DPA) – A conferência de cúpula dos neutralistas iniciou-se hoje, às 10 horas, no salão do Palácio da Assembleia Federal Iugoslava, em Belgrado. Vinte e quatro países estão representados pelos seus chefes de Estado, chefes de governo ou chanceleres. Três países da América do Sul enviaram observadores. Os chefes das delegações instalaram-se em círculo, em mesas colocadas por ordem alfabética. Os organizadores da conferência, o marechal Tito e o presidente Nasser, assim como o presidente Sukarno e o primeiro-ministro Nehru estavam presentes. (O Estado de S. Paulo).
O primeiro encontro oficial do Movimento dos Países Não Alinhados foi a manchete principal do Estadão em 2 de setembro de 1961. Sob o título “Empenham-se os ‘neutralistas’ na defesa da paz, da liberdade dos povos e do desarmamento”, o jornal da família Mesquita ofereceu extensa reportagem – além de uma coluna de análise – sobre a conferência.
Mas, afinal, o que foi o Movimento dos Países Não Alinhados? Bom, primeiramente, não foi. Ainda é! Embora mais fraco, o bloco existe até hoje e atualmente conta com 120 estados membros, além de 15 países chamados de observadores (entre eles, o Brasil).
Dito isso, a associação – Non-Aligned Movement (NAM), em inglês – foi formada com o objetivo de se manter neutra em relação aos dois grandes blocos liderados pelas duas superpotências no período da Guerra Fria. Como o próprio nome diz, não se alinhar nem aos Estados Unidos tampouco à União Soviética.
O embrião do grupo é a Conferência Ásia-África, realizada em Bandung, na Indonésia, em 1955. Na ocasião, chefes de 29 países do chamado Terceiro Mundo se encontraram para debater e buscar soluções sobre problemas comuns.
Principais articuladores do encontro asiático, Jawaharlal Nehru, então primeiro-ministro da Índia, Sukarno, da Indonésia, e Gamal Abdel Nasser (Egito) formariam, posteriormente, o clube dos chamados “pais fundadores” do Movimento dos Não Alinhados, que tinha ainda Josip Broz, o Marechal Tito, da Iugoslávia, e mais Kwame Nkrumah, de Gana.
“A conferência de Belgrado pretende proclamar a oposição dos países neutros ao exclusivismo dos dois blocos, que constitui um perigo para a paz do mundo e não permite que outros países participem, em igualdade de condições, do direito a buscar soluções dos problemas internacionais em suspenso”, disse o anfitrião Tito.
Três anos depois, Cairo, no Egito, abrigou o encontro do NAM. Com a queda do Muro de Berlim e o consequente fim da Guerra Fria, muita coisa mudou no bloco.
Mas essa e outras histórias ficam pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Imagens do primeiro encontro:
Fontes e +MAIS:
– dw.com