Há 10 anos… dia 10 de novembro de 2006.
Imagine que o roteiro de sua vida está nas mãos de um escritor.
(Aos que acreditam: não, não estamos falando de Deus, qualquer que seja a sua religião!).
Estamos falando de um escritor de carne e osso. Um humano, cujo único “poder” é escrever histórias. Cabe a esse ser poderoso o destino da sua vida.
Essa é a originalíssima ideia por trás de “Mais Estranho que a Ficção” – “Stranger Than Fiction”, em inglês -, lançado há uma década nos Estados Unidos.
Harold Crick é auditor da Receita Federal. Sua vida, monótona e solitária, se resume a números. Contar escovadas de dente, tempo gasto ao dar o nó na gravata, passos e minutos no percurso ao trabalho… E, claro, a labuta diária na Receita.
Todos os dias são iguais. Até que, uma manhã, Harold percebe que toda e cada ação sua é “narrada”.
A narradora, na verdade, não é uma “voz da consciência em sua cabeça”, mas a escritora Karen Eiffel. Sim, ela está em vias de terminar o romance que tem Harold como protagonista. O problema é que Karen é famosíssima justamente por SEMPRE matar o personagem principal de seus romances!
Um roteiro genial, obra de Zach Helm, que tinha apenas 21 anos quando começou a escrever o texto!
Destaques para as atuações de Will Ferrell na pele de Harold, provando ser muito mais do que o comediante nascido na escola Saturday Night Live, e Emma Thompson como a escritora perturbada.
A direção do alemão Marc Forster e a presença desconcertante de Maggie Gyllenhaal, interpretando a doceira anárquica Ana Pascal – que muda a rota do longa -, também merecem menção, assim como a trilha sonora, de Britt Daniel e Brian Reitzell.
Bem, se você ainda não se convenceu a assistir (ou rever!), deixo as palavras finais do post com mestre Roger Ebert:
“Stranger Than Fiction” é uma meditação sobre a vida, arte e romance, e sobre as muitas responsabilidade que temos. Um filme tão singularmente inteligente não é feito com frequência”.
No ano seguinte, Marc Forster adaptaria o livro “O Caçador de Pipas” (Khaled Hosseini) para as telonas.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico. (E único!)
Trailer:
Fontes e +MAIS:
– IMDb