Há 25 anos… dia 13 de dezembro de 1992.
– Que cê tá fazendo, papai?
– Tô vendo um jogo, filho.
– Que jogo?
– São Paulo e Barcelona. Quando a gente foi campeão do mundo pela primeira vez! Já faz muito tempo… 30 anos! Vem ver aqui comigo!
– Que estádio legal! Onde é? Que barulho é esse? Que camisa diferente do São Paulo!
– Eheheheh… Calma, uma coisa de cada vez! Foi no Japão, filho. Fica bem longe do Brasil. O estádio chama Nacional de Tóquio. Esse barulho acho que são umas buzinas, sabe? A nossa camisa é linda, né?
– É bonita! E quem é esse velhinho, papai?
– É o Telê, filho. Ele foi o maior técnico do mundo!
– Por que, papai?
– Porque ele gostava de jogar alegre, sabe? Como quando a gente joga junto, eu e você. Na praia, na fazenda…
– Ah, sei. Assim, quando a gente sai feliz?
– Isso mesmo! Quando a gente fica feliz!
– E esse, quem é? É o Raí, papai!? Aquele que é dono do São Paulo agora?
– Eheheheh… Isso, filho. Ele jogava muito bem. Fez dois gols nesse jogo!
– Dois gols? Nossa!
– É. Foi muito bonito, filho. Eu lembro bem até hoje. Eu era menino, um pouco maior que você. Tava todo mundo junto na casa do vovô e da vovó. O jogo foi bem de noite…
– Na casa de que vovô e vovó, papai?
– Na do vovô Roberto e da vovó Neta. Tinha também os tios Rô e Fi e as tias Beatriz e Má!
– E a mamãe?
– Eu ainda não conhecia a mamãe!
– Ela gosta do Corinthians, né? Que nem o vovô Walcyr e a vovó Ivana!
– Isso, filho! E o tio Gui!
– Mas você ficou acordado assim até tardão?
– Fiquei. Mas no fim valeu. O São Paulo começou perdendo, a gente ficou preocupado, mas aí o Raí fez dois gols. Olha o segundo gol, que bonito!
– Muito! (…) Por que você tá chorando, papai?
– Porque eu gosto de ver esse abraço, filho. Do Telê com o Raí. Lembro de tanta coisa! Do vovô, da vovó, dos seus tios e tias, de muita coisa, muitas histórias do São Paulo e da família… Sabia que o vovô chorou também?
– Chorou de alegre, né?
– De alegre. Ele ficou muito feliz.
– Que legal, papai! Papai, e se a gente for agora jogar pra ficar feliz, assim, igual o vovô, igual que você falou do velhinho? Como ele chama, mesmo?
– Telê, filho. Vamo lá!
– Vou fazer dois gols, que nem o Raí…!
Qualquer semelhança com um breve futuro não é mera coincidência…
Francisco, filho querido, papai éfemello te espera de braços e coração bem abertos. Pra te contar essa e tantas histórias do São Paulo de tanta História. Pra te abraçar um abraço tão bonito como o do Raí com o Telê. Pra ficar feliz e alegre de jogar bola. Pra aprender muito com você. Pra tudo. Pro que der e vier. Te amo do tamanho do mundo que o São Paulo conquistou pela primeira vez há 25 anos!
O gol de falta, com Osmar Santos:
Gols e melhores momentos, com Luciano do Valle:
+MAIS:
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