Há 30 anos… dia 8 de agosto de 1986.
POR ARTHUR MELLO*
É muito difícil escolher o ponto alto de “Stand By Me”. A trilha sonora comandada por Buddy Holly e Ben E. King, a direção delicada de Rob Reiner, o elenco, tão jovem e certeiro, com o saudoso River Phoenix, o tímido Will Wheaton ou o conturbado Corey Feldman.
Baseado em um conto de Stephen King (sempre ele!), “The Body” narra a história de um quarteto de amigos em busca de um corpo de um menino em uma cidade do Oregon. Gordie LaChance, Chris Chambers, Teddy Duchamps e Vern Tessio formam um grupo improvável à primeira vista, mas incrivelmente real para qualquer moleque de 13 anos que sonha com uma aventura.
“Stand By Me”, maneira que me refiro ao filme até hoje, é uma jornada arrebatadora. A típica insegurança de um jovem, a defesa pueril da própria honra e, acima de tudo, a amizade eterna forjada em uma época tão definidora de nossas personalidades, são tratadas de forma leve e, ao mesmo tempo, profunda nos 90 minutos de filme.
Em uma fictícia Castle Rock, um grupo de quatro amigos sai em busca de um jovem que foi supostamente atropelado por um trem. Ao longo da jornada, a amizade do grupo é posta à prova algumas vezes. As passagens do trem, dos sanguessugas e da arma são particularmente marcantes.
Esse filme, o livro, os personagens, a história, são também particularmente marcantes para mim.
O filme vi pela primeira vez na fazenda da família, depois de uma grande discussão com meu primo mais velho. Ele insistia em alugar o filme na locadora em vez de escolher “Os Goonies” novamente.
O livro foi minha primeira compra no Kindle, e li na mesma fazenda, décadas depois, em um feriado muito frio. Sempre me identifiquei com Gordie LaChance, um moleque tímido, viciado em literatura e fiel aos seus amigos. E a história de quatro amigos inseparáveis, mesmo que por alguns verões, tem muito a ver com o que aconteceu comigo na vida real.
Primeiro, a grande coincidência que tenha sido lançado no dia do meu aniversário. Copiei o indefectível cumprimento dos meninos do filme com um dos meus melhores amigos quando tinha 13 anos. E esse mesmo amigo, toda vez que chega o dia 8 de agosto, faz questão de lembrar a data com alguma referência ao filme. A música de Ben E. King ou a frase “Conta Comigo” estão sempre lá no dia 8/8. Faço sempre questão de retribuir a homenagem no aniversario dele.
Se no filme a história do quarteto praticamente termina quando eles fazem uma ligação anônima para a polícia contando a localização do corpo de Ray Brower, a minha história com esses meus melhores amigos continua firme e forte.
* Arthur Mello adora cinema e literatura. E sabe: depois de 35 anos, Guto, Felipe e Felipe estarão sempre standing by me.
Trailer do filme:
Fontes e +MAIS:
– IMDb