Paul McCartney lança Wings at the Speed of Sound no Reino Unido

Há 40 anos… dia 26 de março de 1976.

Paul McCartney lança Wings at the Speed of Sound no Reino Unido

POR FELIPE FIGUEIREDO MELLO*

Paul McCartney é o estereótipo do homem britânico.

Não do lorde empolado colonialista, essa figura que ele próprio tanto abominava – opinião compartilhada pelos companheiros de Beatles, diga-se. Paul é o homem britânico comum, tradicional, do chá das cinco e do humor cirúrgico. A imagem que tenho dele é aquela do início do videoclipe de “Dance Tonight”: a solidão enevoada do interior da Inglaterra, dentro de uma casa quente e amadeirada e o convite intimista ao entregador para lhe fazer companhia numa xícara de chá.

A despeito de sua vasta experiência em todos os cantos do planeta, de ser o Beatle que mais milhas acumulou em turnês, Paul sempre fez de sua experiência musical uma espécie de enclave metafórico de sua terra natal.

É disso que se trata o álbum aniversariante do dia, Wings at the Speed of Sound, como brilhantemente descreve Stephen Holden na crítica impressa pela revista Rolling Stone. O álbum não é o melhor dos Wings. Não é um disco que desperta o melhor de nós como amantes da música e como fãs de McCartney, o que não significa que seja um álbum ruim. Ao contrário, é apenas mais uma peça de gigante competência do Paul dentro do estúdio!

O disco é, de fato, um convite de Macca à sua intimidade britânica: começa com a permissão de entrada em sua morada, em “Let ‘Em In”, uma das grandes faixas do LP. É como se ele estivesse conduzindo o visitante por sua casa, mostrando os cômodos, os retratos das pessoas de sua família, e oferecendo o sofá. Depois, apresenta ao visitante outros convidados, amigos seus, donos dos vocais em “The Note You Never Wrote” (Denny Laine) e em “Wino Junko” (Jimmy McCulloch). E, em seguida, dá voz à anfitriã Linda, que canta “Cook of The House”. Entre outras músicas, este escriba recomenda fortemente “She’s My Baby”, com um teclado à lá Bill Withers!

O clímax do álbum é quando Paul expõe a sua ‘filosofia de vida’: “Some people wanna fill the world with silly love songs. And what’s wrong with that?”. “Silly Love Songs” e sua pegada disco não é apenas um dos grandes hits de Paul em sua infinita carreira. É um manifesto ao amor e às canções de amor. Macca foi magnânimo ao responder dessa forma a patrulha crítica de suas canções mais melosas. Quando pediam ‘menos amor’, Paul chegou com mais. É um hit irresistível!

A concepção do álbum aconteceu durante as férias de Paul e família no Havaí, ainda em 1975. A ideia era que fosse um trabalho mais democrático, com os outros membros da banda assumindo mais papéis de destaque. Essa era outra crítica que ele tinha de encarar: o fato de os Wings serem apenas um veículo para o sucesso de seu líder.

As gravações ocorreram em duas sessões e o disco ficou pronto antes da turnê da banda nos Estados Unidos, que marcaria o retorno de McCartney aos palcos americanos após uma década. Outra curiosidade é que a foto da capa foi tirada na marquise do Leicester Square Theater, em mais um trabalho de George Hardie e do estúdio Hipgnosis (notório pelas capas do Pink Floyd!), que haviam criado a arte do disco anterior, Venus and Mars.

A despeito das críticas mornas, o álbum ficou 35 semanas nas paradas inglesas, chegando a ocupar a segunda posição por algum tempo. Nos EUA, foram sete semanas não consecutivas no topo.

O lançamento do disco se deu uma semana depois do falecimento de Jim McCartney, pai de Paul e primeira influência musical do filho.

* Felipe Figueiredo Mello dança “Silly Love Songs” com suas filhas!

O álbum:

Fontes e +MAIS:

Wikipedia

Wikipédia

– paulmccartney.com

– rollingstone.com

– allmusic.com

– beatlesbible.com

– maccafan.net

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