Há 180 anos… dia 29 de fevereiro de 1836.
(efeméride rara de ano bissexto…)
Nascido Jacob Liebmann Beer, em família judia, no ano de 1791, na então capital da Prússia, acabou virando Giacomo Meyerbeer, um grande compositor de óperas. Segundo a Wikipedia em inglês, “deu ao gênero de grande ópera um ‘caráter decisivo’. O estilo de grande ópera de Meyerbeer foi alcançado pela particular fusão da orquestra alemã com a tradição vocal italiana”.
A mesma Wiki nos lembra que ele alcançou seu auge com “Les Huguenots” e “Le prophète”, em meados do século XIX. Depois de sua morte, sofreu um processo de desconstrução capitaneado, principalmente, por Richard Wagner, de quem Meyerbeer fora incentivador e entusiasta.
No século XX, os nazistas trataram de suprimir de vez a carreira deste fundamental compositor e, infelizmente, as óperas de Meyerbeer permaneceram por muito tempo longe dos teatros. Mas o presente está tratando de rever a injustiça do passado.
Atualmente, por exemplo, novas montagens de “Les Huguenots” pipocam aqui e acolá. Como a dirigida por Olivier Py, em 2011, no Teatro La Monnaie, em Bruxelas. Em artigo publicado no New York Times, George Loomis louvou o espetáculo e lembrou da importância de Meyerbeer para a música erudita.
“Por causa de seu impacto sobre outros compositores, pode-se dizer que poucas composições mudaram tanto o curso da história da ópera como ‘Les Huguenots’. Qualquer pessoa que se preocupe com a ópera deve ver esta produção”, escreve.
Há 180 anos, sob a regência de François Habeneck, a ópera teve seu debute em Paris. Sucesso imediato, a ponto de Hector Berlioz defini-la como “uma enciclopédia musical”. Com libreto do parceiro frequente Eugène Scribe, além de Émile Deschamps, a trama fala sobre o conflito entre os huguenotes (protestantes) e os católicos, que termina no Massacre da noite de São Bartolomeu, em 1572.
“Les Huguenots” foi a primeira ópera a ser executada mais de mil vezes no Teatro Opera de Paris. Treze anos após a estreia, o local receberia “Le prophète”, outra aclamada composição de Meyerbeer, também com libreto de Eugène Scribe.
O século XXI assiste a uma espécie de redenção do trabalho e da história do compositor alemão. Além do renascimento de suas óperas, o país de tantos e imortais músicos eruditos faz o possível para resgatar a biografia de Meyerbeer. Em 2013, por exemplo, uma placa foi colocada em sua última casa, localizada na Pariser Platz, em Berlim.
Giacomo Meyerbeer morreu em 2 de maio de 1864.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
“Les Huguenots”, em performance no Sydney Opera House, em 1990:
Fontes e +MAIS: