Há 200 anos… dia 20 de fevereiro de 1816.
Uma corda de viola arrebentou durante a performance. Um cantor caiu em cena. E até um gato apareceu no palco – sim, um bichano! -, em momento completamente inoportuno.
Vaias, apupos, gritaria, gargalhadas.
A estreia de uma das mais famosas óperas de todos os tempos foi um grandioso fracasso. A ponto de o autor e também condutor do debute se pirulitar do teatro, temendo pela própria existência.
Dois séculos atrás, o então jovem Gioachino Antonio Rossini sentiu na pele a fúria e o escárnio de uma plateia enlouquecida. Reações e sentimentos estimulados por quem queria vê-lo na pior, é verdade.
Rossini despontava como um promissor compositor, especialmente de óperas, e causava inveja em pesos-pesados do gênero, como Niccolò Zingarelli e Giovanni Paisiello. Este último, inclusive, já havia feito a sua versão para a comédia de Pierre Beaumarchais, Le Barbier de Séville, peça de 1775 na qual todas as óperas compostas posteriormente se baseiam.
Dentre algumas composições inspiradas na peça, foi a de Paisiello a experimentar o maior sucesso instantâneo. Mais de três décadas depois, Rossini lançou o seu “O Barbeiro de Sevilha”. E foi a interpretação dele a superar não só a catastrófica estreia, mas as barreiras do tempo. Para permanecer viva até hoje.
O compositor de Pesaro demorou menos de três semanas para terminar a música da ópera. Reza a lenda que Rossini a compôs tão frenética e rapidamente porque precisava pagar uma dívida pendente. Lenda ou não, o fato concreto é que o seu “Barbeiro de Sevilha” começou a decolar a partir da segunda execução.
A ópera foi o ponto de partida de um período muito prolífico de Rossini. Entre 1815 e 1823, o “Mozart Italiano” produziu 20 óperas. Em dezembro daquele 1816, bem antes de Verdi, ele lançaria a sua versão de “Otello”, baseada na peça de Shakespeare.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Abertura da ópera:
Pernalonga e “O Barbeiro de Sevilha”!:
Fontes e +MAIS:
– ansa.it