The Legend of Zelda é lançado no Japão

Há 30 anos… dia 21 de fevereiro de 1986.

The Legend of Zelda é lançado no Japão

POR FLAVIO MELLO*

“Many years ago, prince darkness Gannon stole one of the Triforce with power. Princess Zelda had one of the Triforce with wisdom. She divided it into 8 units to hide it from Gannon before she was captured. Go find the 8 units Link to save her.”

“Muitos anos atrás, o príncipe das trevas Gannon roubou a Triforce do poder. A princesa Zelda tem a Triforce da sabedoria. Ela a dividiu em 8 partes e as escondeu de Gannon antes de ser capturada. Vá encontrar as 8 partes, Link, e salve-a”

Assim começa The Legend of Zelda. O texto, apesar de breve e com um inglês pra lá de suspeito, serve como prólogo e ajuda os jogadores a se ambientarem. A aventura de fato começa com o herói, Link, sem nenhum equipamento, em uma tela com 3 possíveis saídas e uma pequena entrada para uma caverna. Na caverna um velho barbado lhe entrega uma espada de madeira com os simples dizeres: “It’s dangerous to go alone, take this” – “É perigoso ir sozinho, leve isto”

Pronto: agora você está largado à sua própria sorte para descobrir como o jogo funciona, o que fazer e para onde ir. O máximo que você tem é um mapinha (incompleto) que veio junto com o manual de instruções. Pode parecer estranho, mas é justamente essa sensação de mundo aberto a infinitas possibilidades uma das grandes inovações de The Legend of Zelda ao universo dos jogos.

O jogo é um marco na história dos games e foi o ponto de origem de uma franquia que permanece relevante até hoje. No Japão, foi lançado em 21 de fevereiro de 1986, junto com o famicon disk system, uma extensão do famicon que nunca foi recriada para o nintendinho, seu par ocidental. Quando o jogo finalmente chegou nas Américas, veio em forma de cartucho mesmo. Um lindo cartucho dourado, com uma grande novidade: uma bateria para salvar os jogos. Assim, o jogador consegue continuar a aventura outro dia, sem precisar anotar longas e intermináveis passwords.

Assim como praticamente todas as franquias famosas da Nintendo, Zelda contou com o toque de midas de Shigeru Miyamoto. A trilha sonora é de Koji Kondo, que voltou para fazer boa parte dos jogos da série. O sucesso do jogo foi tamanho que hoje ele é um dos grandes medalhões da Nintendo, talvez abaixo somente de Mario. Interessante pensar que, se por um lado, o bigodudo italiano se tornou o grande embaixador da Nintendo, aparecendo em uma infinidade de jogos, por outro, Zelda se transformou em uma espécie de âncora ou porto seguro da marca, mantendo a sua fórmula intacta ao longo desses 30 anos.

Impressionante como a Nintendo conseguiu ter tantos jogos (mais de 15 entre consoles e portáteis) apresentando sempre a mesma essência. Ainda mais considerando todas as mudanças tecnológicas nesse período. Enquanto outras séries se perderam na transição para o 3D, oferecendo jogos completamente desconexos com a proposta original, Zelda tirou de letra essa temida barreira com nada mais nada menos que Ocarina of Time, uma verdadeira obra de arte, tida por muitos não só como o melhor jogo da série, mas até como o melhor jogo da História.

Uma curiosidade sobre Zelda é que cada entrada é uma aventura inteira por si só. Não existem conexões explícitas entre os jogos. Como fenômeno cultural que tem um grande culto, em que há brecha para especulação, surgem diversas teorias dos fãs. Lembro de uma particularmente mirabolante que dizia que cada par de jogos era uma história completa. A Nintendo sempre se recusou a comentar sobre a veracidade de qualquer teoria. Somente em 2011, com a publicação de Hyrule Historia que surgiu uma linha do tempo dizendo onde cada jogo se encaixa dentro da história.

Aqueles que me conhecem sabem a presença que videogames tiveram ao longo da minha vida. Dentre todos, sem dúvida, Zelda é um dos mais influentes. O ambiente, a trilha sonora, a jogabilidade em si, são sempre impecáveis. Lembro de tentar, em vão, seguir o ritual para desligar o jogo do nintendinho corretamente (segurar reset e depois apertar o power). Mesmo assim, o meu jogo sumia. A solução era tentar acabar o jogo em uma só sessão, algo impossível para uma criança de 8 anos, mesmo com o Game Genie. Só fui ver o final do jogo anos depois, com o advento dos emuladores e save states. Hoje em dia, tem gente que acaba o jogo inteiro em meia-hora! Já a versão de Super Nintendo, de tanto que joguei, sei boa parte de cabeça.

Treze anos depois do lançamento original de Ocarina of Time, a Nintendo aproveitou o pedigree do jogo para dar fôlego ao seu novo experimento com o mundo 3D, o portátil 3DS.

Mas essa história fica para outro dia… Porque todo dia é histórico.

* Flavio Mello tem 27 anos, sempre achou A Link to the Past melhor que Ocarina of Time, mas nunca jogou Wind Waker. Quer aproveitar os primeiros passos no japonês para ler o Legends of Localization.

The Legend of Zelda, 1986:

Fontes e +MAIS:

Wikipedia

Wikipédia

Livro Hyrule Historia

– zeldawiki.org

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