Há 10 anos… dia 3 de janeiro de 2006.
“Ex-jogador do São Paulo nos anos 70, Muricy Ramalho (São Paulo (SP), 30/11/1955) foi assistente de Telê em 1994 e 1995. Por causa das várias competições que disputava, o Tricolor botou seu time de aspirantes (ou Expressinho) para jogar partidas oficiais. Assim, Muricy ganhou seu primeiro título como técnico, o da Copa Conmebol de 1994. Quando Telê saiu, Muricy assumiu por seis meses, em 1996. O mesmo aconteceu por mais cinco meses, quando Parreira caiu. Hoje, Muricy segue uma promissora carreira fora do São Paulo.”
Esse é o perfil de Muricy no ótimo Almanaque do São Paulo, da revista Placar, de autoria de Alexandre da Costa. Bem, esse ERA o perfil sobre o hoje segundo colocado no ranking dos técnicos com mais jogos na História do São Paulo Futebol Clube (473). O texto está na primeira edição do livro da Editora Abril, de meados de 2005.
À época, ele somava 108 partidas à frente do clube do Morumbi, com 55 vitórias, 33 empates e 20 derrotas. Tinha apenas o título da Conmebol de 1994. Sem dúvida, a Placar precisou de mais papel nas edições seguintes…
Porque Muricy Ramalho se transformou em um dos grandes ídolos da História do Tricolor Paulista. Mais do que o inédito tricampeonato nacional ou a firme recuperação que livrou o clube de um também inédito rebaixamento, em 2013, o apaixonado técnico ganhou o coração de todos os são-paulinos. Ou grande parte deles…
Uma prova é que a torcida tricolor grita seu nome até quando está no banco do time adversário. Na despedida de Rogério Ceni, em dezembro, quando já havia se confirmado como novo comandante do Flamengo para 2016, foi ovacionado, a plenos pulmões, por um Morumbi lotado. “É Muricy! É Muricy!”…
Bem, uma década atrás, ele iniciava a segunda passagem pelo São Paulo, a mais longeva e a mais vitoriosa. Em 3 de janeiro de 2006, foi apresentado para substituir o técnico campeão da América e do mundo, Paulo Autuori, que tinha fechado com o Kashima Antlers, do Japão.
“Imagina a alegria dos meus filhos, que vão ter o pai em casa e no time deles”, brincou, tentando disfarçar o indisfarçável: o fortíssimo laço com o São Paulo. Uma união umbilical. Muricy chegou ao clube com 6 anos de idade e se transformou em ídolo como jogador. Mal sabia o que o futuro lhe reservava…
Na coletiva de apresentação, o novo técnico se recordou da estreia no banco do São Paulo. “Lembro que, depois do bi mundial, dirigi o time no Paulista em um jogo contra o Santo André. Precisava motivar o elenco e ganhamos por 4 a 1”.
A memória não o traiu. Está lá no Almanaque: em 23 de janeiro de 1994, no estádio Bruno José Daniel, o São Paulo bateu o Santo André, com um time misto e gols de Leonardo (2), Valdeir e Palhinha.
Curioso que a reestreia aconteceria no mesmo estádio, contra o mesmo adversário, pelo mesmo Paulistão. Dessa vez, Muricy e o São Paulo não se deram bem: vitória por 1 a 0 dos anfitriões, com gol de Túlio (não o Maravilha!). A primeira vitória viria na rodada seguinte: 2 a 1, contra o São Caetano, no Morumbi.
Naquele 2006, Muricy Ramalho comandaria as campanhas do título do Brasileirão, além dos vices do Paulista e da Libertadores.
Mas essa(s) história(s) fica(m) pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Jogo do título do Brasileiro de 2006:
Fontes e +MAIS: