Há 10 anos… dia 21 de agosto de 2005.
Vou pegar carona na abertura do obituário escrito pelo Jotabê Medeiros, no Estadão de 23 de agosto de 2005:
“Sem ele, não teriam existido Beach Boys, Supertramp, Rick Wakeman, Yes, A Cor do Som – pelo menos não do jeito que a gente se acostumou a conhecê-los. O som dos Beatles, dos Mutantes e dos Doors teria sido outro sem sua contribuição. E certamente não haveria R&B e o hip-hop teria sido erguido sobre outras bases. E o que seria do Kraftwerk e do Pink Floyd?”.
Dá pra acrescentar Emerson, Lake & Palmer, pioneiros ao vivo, além dos Stones, do Grateful Dead e de Frank Zappa.
Mas o quê, afinal, há em comum em todos eles, em tudo isso?
A resposta está nos sons de músicas como “Good Vibrations”, “Because”, “Balada do Louco”, “Strange Days”, “Autobahn” e “Welcome to the Machine”, pra ficar somente em algumas.
É o tal do moog. O bendito moog!
Há uma década, o homem que criou o maravilhoso instrumento, capaz de maravilhosos efeitos sonoros, partiu, vítima de um câncer no cérebro. Decerto, levou um para tocar e brincar no Céu.
Nascido no Queens, em Nova York, em 1934, Robert Albert Moog revolucionaria o mundo da música com seu invento, trinta anos depois. A curiosidade e a fascinação por eletrônicos, quando criança, o levaram a criar instrumentos. O primeiro, aos 14, foi um theremin (ou teremin), aquele que faz sons malucos conforme o movimento e a aproximação das mãos.
Aos 20, Bob e o pai fundaram a RA Moog, que vendia kits de theremin construídos na própria casa. Ao mesmo tempo, ele estudava engenharia elétrica em Columbia. Posteriormente, ainda fez doutorado em engenharia física.
O grande salto, então, aconteceu em 1964. Bob desenvolveu um teclado portátil, que podia ser usado e levado com facilidade. Já havia sintetizadores no mercado, mas eram verdadeiras parafernálias, enormes de tamanho e de difícil uso.
Foi o pulo do gato. “Eu não sabia o quê diabos estava fazendo. Estava construindo essa coisa para me divertir, então, de repente, alguém vem e me diz: ‘eu quero um desse e dois daquele. Foi assim que entrei no negócio”, disse, depois, já famoso pela invenção.
A verdadeira explosão do moog aconteceu quatro anos depois, em 1968, quando o músico Walter Carlos – hoje Wendy Carlos! – gravou um disco inteiro usando o instrumento. Switched-On Bach traz interpretações de peças de Bach somente com o som do moog. Três anos depois, Carlos utilizaria o sintetizador para a futurística trilha sonora de “Laranja Mecânica”, com algumas reinterpretações de músicas de Beethoven.
Então, todo mundo começou a usar. E é assim até hoje…
Viva Bob e seu fantástico moog!
Documentário sobre Moog:
Fontes:
GOSTEI!BOA HOMENAGEM A um dos PAIS DA MUSICA FEITA ELETRONICAMENTE!SUCESSO!