Há 30 anos… dia 24 de junho de 1985.
Os milicos precisaram largar o osso e se mandarem de Brasília para que o País pudesse conhecer a fictícia Asa Branca, do inesquecível Sinhozinho Malta e da matreira Viúva Porcina. Roque Santeiro demorou uma década para, finalmente, entrar no ar. Tudo por causa da ditadura militar.
Aliás, em se tratando de Roque Santeiro, o autor Dias Gomes sofreu duplamente com a censura em um período de 20 anos. Primeiro, a peça O Berço do Herói (1965), base da trama da futura novela, teve a montagem proibida após algumas apresentações. Depois, a adaptação para a TV, dirigida por Daniel Filho, foi impedida de ir ao ar às vésperas da estreia, em agosto de 1975.
De 1975 a 1985, muita coisa mudou. A começar pelo nome. A Fabulosa Estória de Roque Santeiro e de Sua Fogosa Viúva, a que Era Sem Nunca Ter Sido virou só Roque Santeiro. No texto, Dias Gomes ganhou a companhia de Aguinaldo Silva. Na direção, Paulo Ubiratan assumiu o posto máximo, auxiliado por Gonzaga Blota, Marcos Paulo e Jayme Monjardim.
Os atores protagonistas também mudaram: no papel do personagem-título , saiu Francisco Cuoco, entrou José Wilker; já a Viúva Porcina, antes interpretada por Betty Faria, caiu no colo de Regina Duarte. E ela virou a “Namoradinha do Brasil”! Lima Duarte permaneceu no papel do inigualável Sinhozinho Malta.
No elenco, outras ilustres participações, como a de Armando Bogus na pele do impagável Zé das Medalhas, ou Ary Fontoura encarnado o prefeito Florindo Abelha, além de Paulo Gracindo no papel do Padre Hipólito.
No dia 23 de junho de 1985, o Brasil da Nova República começou a acompanhar a trama de suspense, comédia, drama e muito realismo. Tudo acontece em Asa Branca: tem santo duvidoso, viúva malandra, ricaço bonachão, comerciante aproveitador e bandido temido. Durante quase 8 meses, todos foram conquistados pela estória e as estórias do Sinhozinho, da Viúva e de Roque Santeiro.
Roque Santeiro é apontada como uma das melhores novelas da televisão brasileira.
“Tô certo ou tô errado?”
Abertura de Roque Santeiro, com música de Moraes Moreira:
Fontes: