Renato Gaúcho, o Rei do Rio

Há 20 anos… dia 25 de junho de 1995.

Renato Gaúcho, o Rei do Rio

Não muito tempo atrás, em um planeta nem tão distante, havia um lugar que respirava futebol. Tanto que o chamavam “País do futebol”. Ali, tudo era a bola. A bola era tudo ali. Nos bares, nas padarias, nas casas, nas ruas, em todo o canto, o futebol pulsava.

E havia templos dedicados ao culto do futebol. O maior deles estava em São Sebastião do Rio de Janeiro, o Rio de Janeiro, o Rio: era o estádio Mário Filho, nomeado em homenagem ao jornalista que, um dia, teve o sonho de ver um grande palco para a festa da bola ali.

Maracanã. Um lugar de magia, mistério, fantasia, alegria e tristeza. Um templo aberto para fiéis de todas as religiões, fanáticos de todas as camisas, humanos de todas as cores, raças e paixões. Um palco gigante para o País do futebol.

Há duas décadas, o Maracanã viveu, talvez, um de seus últimos capítulos de glória, um de seus últimos dias de sobrenatural, um de seus últimos suspiros de existência, tal e qual ele foi concebido. Tal e qual foi sonhado por Mário Filho.

Um Flamengo e Fluminense para a História. Daqueles que o irmão do Mário descrevia com a genialidade que só ele tinha. Com a pena que só ele tinha.

O clássico que nasceu 40 minutos antes do nada deu ao País do futebol um jogo imortal, pouco tempo antes do fim de tudo.

Na tarde de 25 de junho de 1995, o Maraca fervilhou, repleto de rubro-negros e tricolores, geraldinos e arquibaldos. Exatos 120.418 presentes. Centenas de milhares de súditos em busca de uma resposta: quem é o Rei? Quem será o Rei do Rio?

De um lado, com o manto preto e vermelho, Romário, o Baixinho, Rei da Copa, gênio da grande área.

Do outro, de verde, branco e vermelho, Renato, o Gaúcho, Rei em Tóquio, cracaço da ponta-direita.

Quando a redonda rolou a relva sagrada do Maior do Mundo, Renato saiu na frente na disputa pela coroa. Aos 30 minutos, o camisa 7 do Flu recebeu na área e tocou, com pé esquerdo e categoria, para fazer 1 a 0. Delírio da torcida tricolor. Doze minutos depois, Leonardo fez mais um. O Flu foi para o vestiário com a taça na mão. Renato, com o trono.

Mas havia Romário. Quando o estádio balançava  ao grito de “Neeeeeeeeense”, ele apareceu. Na verdade, a bola veio a ele, súdita e submissa. O monstro da grande área chutou de esquerda para estufar as redes firmes do Maraca e colocar fogo no jogo, aos 26 da etapa final. Seis minutos depois, Fabinho fez jogada de craque e empatou: 2 a 2. Êxtase rubro-negro!

A pouco mais de 10 minutos do final, o Mário Filho era o centro do planeta. Todos os sentimentos do universo se concentravam nas arquibancadas, gerais, tribunas e camarotes do Maracanã. Na atmosfera pesada de chumbo e angústia, a pergunta flutuava: quem será o Rei?

Aos 42 minutos, a bola caiu aos pés de Aílton, na ponta-direita, o lugar de Renato. Tal qual o Gaúcho, o carioca da gema incorporou gerações e gerações de ponteiros para realizar a jogada do século. Assim teria escrito Nelson Rodrigues que, aliás, muitos garantem, estava lá! Ao lado do Sobrenatural de Almeida.

Pois Nelson viu Aílton fazer o diabo com Charles. O tricolor bailou a gafieira malandra, o bolero elegante, dois pra lá, dois pra cá. Ao final da dança, disparou a pelota, um tiro de canhão rumo ao horizonte. Então, do desconhecido fez-se o próximo, do incerto fez-se a veracidade, do infinito fez-se o fim.

Da barriga, fez-se o Rei. Rei Renato Gaúcho.

“Agora só digo uma coisinha. Rei do Rio sou eu, mais ninguém. Me aturem.”

Especial Canal 100 (ASSISTA!):

Gols do jogo:

Fontes e +MAIS:

Wikpédia

Acervo Folha

– acervo.oglobo.globo.com

globoesporte.globo.com

espn.uol.com.br

– esporte.uol.com.br

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