Há 1 ano… dia 7 de fevereiro de 2014.
POR FELIPE FIGUEIREDO MELLO*
Eu não nasci na Sbórnia (bah!).
Aquele país surgido numa porção de terra antes grudada ao continente por um istmo (ÍSTMO!… – Tem que fazer o dedinho!).
E após sucessivas (-Sucessivas, sucessares, nuclesares, nuclesivas…) explosões nucleares malsucedidas (-Ai, ai, ai, ai!) se desgrudou e hoje é uma ilha navegando pelos mares do mundo (-Mares do mundo, mares do mundo, mares do mundo…).
Ocorre que fui muitas vezes à Sbórnia e criei uma paixão imediata pelo pequeno país!
Tive a oportunidade de acompanhar os espetáculos inesquecíveis de suas mais célebres figuras, o fabuloso músico Kraunus Sang e o brilhante Maestro Pletskaya, e de cantar suas lindas composições e versões de sucessos mundiais.
O post de hoje é uma homenagem ao Maestro, que há um ano nos deixou!
Eu ainda era uma criança: fui com toda minha família a um shô da dupla no teatro da Hebraica, em São Paulo. Em “Tangos & Tragédias”, Kraunus e seu violino e Plestkaya e seu acordeão me fizeram rir e chorar de rir!
Impossível segurar gargalhadas com o humor silencioso, embora expressivo, de Kraunus, o mais tímido da dupla, ou com o charme incontido de Pletskaya. Igualmente difícil não se deixar embalar pelas músicas de autoria própria, como “Ana Cristina”, sempre presente na plateia, em que Pletskaya confessa o louco amor pela sogra, mãe de Ana(!), ou “Verdadeira Maionese”. Também pelas versões de “Drama de Angélica”, da dupla caipira Alvarenga e Ranchinho, de “Eleven’s Train”, dos Demônios da Garoa, de “Roxanne”, do Police e, principalmente, “Meu erro”, dos Paralamas, em versão melhor que a original!
Ainda há uma deliciosa interação com o público (senhoras, senhores, jovens, idosos… japoneses!), quando alguns sortudos são convidados a subir no palco para dançar o “Copérnico”, tradicional dança sborniana!
Ao final do espetáculo, tal e qual o Flautista de Hamelin, a dupla conduz o público para fora do teatro tocando uma inesquecível versão de “Trenzinho Caipira”, de Villa-Lobos. Foi assim no Tuca, no Citibank Hall, no clube Pinheiros! E neste primeiro shô, na Hebraica, a espirituosa dupla ainda emendou “White Christmas”, pedindo para a plateia acompanhar no “la-ra-rá”! Um coral memorável!
O espetáculo “Tangos & Tragédias” esteve em cartaz por 30 anos e foi sucesso de crítica desde o início, em todo o Brasil.
Quando acompanhei a dupla pela terceira vez, logo nas primeiras fileiras do teatro, já sabia toda a sequência do espetáculo (e todas as proparoxítonas do “Drama de Angélica”!). Vestido com minha camiseta “100% Sbórnia”, fui chamado ao palco para dançar o “Copérnico” junto dos meus três primos. Foi como se nos tivessem concedido cidadania da Sbórnia!
Hoje, segue vivíssima a memória do Maestro Pletskaya, que nos palcos da vida interpretou o papel de Nico Nicolaiewsky, músico gaúcho extraordinário, de simpatia inigualável!
* Felipe Figueiredo Mello é 100% Sbórnia!
Dance o “Copérnico” com Sang e Pletskaya!:
+MAIS:
Obrigado!! Ele merece!
Bela homenagem! O Maestro é inesquecível!