Há 20 anos… dia 14 de janeiro de 1995.
Seria como se Cristiano Ronaldo desembarcasse hoje em Lisboa e desfilasse com a camisa do Benfica pelas ruas da capital portuguesa até triunfal chegada ao Estádio da Luz, arrastando uma multidão por todo o trajeto, do Aeroporto da Portela até a casa encarnada.
Exatos 20 anos atrás, foi mais ou menos isso que aconteceu no Rio de Janeiro.
A Cidade Maravilhosa parou para receber Romário, então melhor jogador do mundo.
Após 10 horas de viagem de Madri até o Rio, ele aterrou no Aeroporto Internacional às 7h05.
Três horas e meia e um desfile em carro aberto depois, foi recebido na Gávea com muita festa e concedeu a primeira entrevista coletiva como jogador do Flamengo.
“Quando recebi o convite do Flamengo, não pensei duas vezes”, afirmou o Baixinho, camisa 11 às costas, ignorando um pouco o passado no Vasco, clube que o projetou para o futebol. O craque chegou prometendo títulos.
A improvável operação que trouxe o melhor do mundo à Gávea foi capitaneada pelo presidente Kleber Leite e contou com a participação de um pool de empresas (era a expressão mais ouvida na época, “pool de empresas”). Foram desembolsados US$ 4,6 milhões para tirar Romário do Barcelona.
“Ele vai ser um parceiro do Flamengo. Será a alavanca para a retomada de credibilidade do clube”, garantiu o falastrão presidente, adiantando os planos para transformar Romário em um garoto-propaganda no centenário do clube mais popular do Brasil.
Romário estrearia com o manto rubro-negro em 27 de janeiro, no empate por 1 a 1 com o Uruguai, no Estádio Serra Dourada. Três dias depois, seria oficialmente eleito o melhor do mundo. Até hoje o único fora da Europa a vencer o prêmio.
A vinda de Romário foi muito positiva no marketing. Fora das quatro linhas, o projeto até que foi bem-sucedido. Em campo, no entanto, os títulos não vieram. O Baixinho balançou as redes 45 vezes em 61 jogos (média de 0,73) na temporada, mas não conseguiu liderar a equipe para grandes conquistas nos 100 anos do Flamengo (somente a Taça Guanabara e o inexpressivo Torneio Maria Quitéria).
O primeiro título de verdade pelo Urubu viria em 1996, com o troféu do Campeonato Carioca, depois de curta passagem de Romário pelo Valencia.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
A chegada de Romário ao Flamengo, em reportagem de Tino Marcos:
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