Há 1 ano… dia 5 de janeiro de 2014.
“Se me dessem a escolher gostaria de morrer ali. É uma casa que me fez homem, onde estou desde os 18 anos. Nós não escolhemos, mas eu gostava… E já agora num jogo de emoção e com uma vitória do Benfica”.
Não teve jogo e nem vitória do Benfica, mas a despedida foi ali, na casa dele. Uma ovação emocionada de 10 mil pessoas homenageou o maior jogador da história do futebol português e maior ídolo dos encarnados.
Um lindo adeus no Estádio da Luz, onde Eusébio da Silva Ferreira desfilou por mais de 15 anos. Com camisa vermelha, marcou 482 gols em 450 jogos oficiais, entre 1960 e 1975. Uma trajetória linda do moçambicano de Maputo, marcada por 11 títulos de Campeonato Português, 5 Taças de Portugal, além da Liga dos Campeões, na temporada 1961-1962.
“Com Eusébio, o Benfica estará sempre em dívida”, disse Borges Coutinho, antigo presidente do clube. Possivelmente, com razão.
Eusébio foi um jogador genial, selvagem, indomável. Um “Pantera Negra”, apelido certeiro como sua pontaria. Máquina de fazer golos, o avançado imparável mostrou seu poder de fogo ao planeta durante a Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.
Liderou a ótima equipe comandada pelo brasileiro Otto Glória, balançou a rede 9 vezes, sendo artilheiro do torneio, e levou Portugal ao terceiro lugar, a melhor campanha da Seleção das Quinas.
O time parou na semifinal, depois de derrota por 2 a 1 para a anfitriã e futura campeã Inglaterra. Antes, porém, Eusébio ajudou a eliminar o Brasil, ainda na primeira fase, e trucidou a surpreendente Coreia do Norte nas quartas de final. Uma atuação espetacular, com 4 gols no eletrizante vira-vira luso: 5 a 3.
Seu futebol encantou até o trompetista americano Dizzy Gillespie. “Chama divina com os pés na terra”, definiu Gillespie, que quis vê-lo em ação quando foi a Portugal, em 1971. Gênios se reconhecem…
Eusébio morreu aos 71 anos, às vésperas do 72º aniversário (25 de janeiro), de parada cardiorrespiratória. Hoje, 1 ano após sua partida, foi inaugurada a avenida Eusébio da Silva Ferreira, próxima ao Estádio da Luz. “Pantera Negra” e Benfica, inseparáveis.
“Nós vamos nos lembrar de seu talento, seu exemplo, seu caráter que marcaram o futebol português e se impuseram como uma referência mundial do futebol. A vida de Eusébio é o patrimônio de todos aqueles que amam o futebol. O Benfica era seu porto seguro. Ele fez do Benfica mais do que um clube, era sua casa e sua família. A memória e a herança de Eusébio permanecerão entre nós” (comunicado oficial do Benfica no dia de sua morte).
Eusébio na Copa de 1966:
Fontes:
– rtp.pt
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