Há 45 anos… dia 5 de agosto de 1969.
POR PAULO SENE*
Me lembro da primeira vez que ouvi “I Wanna Be Your Dog”. Foi quando assisti ao filme “Sid and Nancy”, sobre a vida do baixista Sid Vicious. A música fazia parte da trilha sonora.
O som da guitarra me pegou logo de cara e o vocal visceral mais ainda. Mal sabia eu, então adolescente, que essa música e essa banda seriam tão definitivas para mim.
Os Stooges são, pra mim, os precursores de muita coisa. Saídos direto de alguma garagem suja de Detroit, os irmãos Ron Asheton e Scott Asheton e o insano pai do punk Iggy Pop mostraram, alguns anos antes, qual seria a rota trilhada por todas as bandas que gostariam de mostrar atitude, improvisação e o famoso “do it yourself”. Ou seja, o Punk.
Quando os Stooges assinaram com a Electra (sua primeira gravadora), tinham apenas 5 músicas para gravar. Com a reclamação do pessoal de que não era o suficiente para a gravação de um disco, Iggy surge com mais três músicas no dia seguinte: “Real Cool Time”, “Not Right” e “Little Doll”. Começam as gravações e, em uma semana, o álbum fica pronto.
The Stooges tem apenas 8 faixas, mas conta com hinos clássicos, regravados até hoje, como “No fun”, que o próprio Sex Pistols tomou emprestado desde o início do movimento Punk. Outra pérola é “1969”.
As músicas sempre curtas e com muito improviso permitiam ao elástico Iggy realizar grandes performances no palco.
Aliás, a crueza e a agressividade nas apresentações ao vivo desde o início destacaram os Stooges, com o vocalista literalmente dando o sangue no palco. Foram inúmeras as vezes em que ele mesmo se cortou com o microfone, abrindo o supercílio e brindando a plateia com sangue e atitude. Só tínhamos visto isso antes em bandas como The Who e MC5.
Completando hoje 45 anos, o disco permanece intocável, catártico e mítico. Depois dele, tudo parece mais fácil. Ou não!
“Cause now I wanna be your dog… now I wanna be your dog…”
* Paulo Sene, fã de pré, pós e punk, fotógrafo nas horas vagas e viciado em bicicleta.
Ouça a estreia dos Stooges:
+MAIS:
Obrigado pelo comentário, caro Marcio!
Fique com o blog!
Grande abraço,
Fernando.
Iggy Pop fazia umas coisas bem estranhas em palco, pegava pedaços de carne e esfregava pelo corpo, pasta de amendoin, o publico jogava garrafas, quebrava tudo em palco e ele se jogava em cima e o seu Jeans ficava rasgado, tai o motivo por muito punk andar com a calça dessa maneira!!