Há 45 anos… dia 7 de agosto de 1968.
“Baby” era uma das 12 faixas incluídas em Tropicália ou Panis et Circensis, o disco coletivo que os tropicalistas gravaram em São Paulo, ao longo do mês de maio de 68. Caetano coordenou o projeto e selecionou o repertório, que também destacava canções inéditas de Gil, Torquato Neto, Capinan e Tom Zé. Os arranjos ficaram por conta de Rogério Duprat, com a produção mais uma vez conduzida por Manoel Barenbein.
Para quem quiser entender um pouco o que foi o movimento liderado por Caetano e Gil, o livro Tropicália – A história de uma revolução musical é obrigatório. Na obra, o jornalista e escritor Carlos Calado traça a linha do tempo do fenômeno cultural, musical e social que explodiu no Brasil entre 1967 e 1969. Não sem falar sobre a infância de Caetano e Gil e, também, das consequências da Tropicália, até hoje sentidas na produção da cultura brasileira.
No trecho que abre esse post, Calado relata como foi a gravação do histórico Tropicália ou Panis et Circensis. O disco chegou às lojas do Brasil no final de julho de 1968, mas foi lançado com festa/happening na boate Dancing Avenida, no Rio de Janeiro, no dia 7 de agosto. Cinco dias depois, a celebração foi repetida em São Paulo, no Avenida Danças.
O disco traz as músicas mais representativas do movimento, apesar da ausência de “Tropicália”, presente em Alegria, Alegria, álbum de estreia de Caetano. O caldeirão de mistura e antropofagia está no trabalho coletivo tropicalista: trechos de poema do concretista Décio Pignatari, frases do próprio Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade, Frank Sinatra, Carlos Gomes e até Hino Nacional.
Os destaques, na modesta opinião deste blogueiro, vão para duas músicas: a (outra) faixa-título, “Panis et Circensis”, música de Gil, letra de Caetano e interpretação imortal dos Mutantes, e a sensível e linda “Baby”, na doce voz da jovem Gal.
Depois de Tropicália ou Panis et Circensis, os integrantes do movimento seguiram rumos diferentes e tudo arrefeceu de vez com a prisão e o exílio de Caetano e Gil, em Londres, em julho de 1969.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Ouça Tropicália ou Panis et Circensis na íntegra!:
Fontes:
+ MAIS: Para entender a Tropicália, recomendo o documentário homônimo, de Marcelo Machado, de 2012. Veja o trailer aqui!
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