Há 60 anos…dia 7 de julho de 1953.

A viagem do jovem Ernesto Guevara ao lado do amigo Alberto Granado, a bordo de La Poderosa II (a moto!), todo mundo conhece. Está retratada – e muito bem – em “Diários de Motocicleta”, filme de Walter Salles, de 2004. As experiências vividas em Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Venezuela moldariam o caráter da dupla de amigos.
Mas hoje o blog vai falar sobre outra viagem de Ernesto, que, depois, se transformaria em Comandante Che. Em 7 de julho de 1953, o então recém-formado médico de 25 anos partiu para outra jornada por Latinoamérica, que marcaria de vez sua vida, o levaria até Fidel Castro e, por consequência, a fazer parte da Revolução Cubana.
O relato mais fiel sobre a expedição é de Carlos Calica Ferrer, amigo de infância de Guevara, como Granado, e que acompanhou o Comandante no novo giro pela América Latina. Todos os detalhes, percalços, contratempos e impressões da viagem estão no livro De Ernesto a Che: a segunda e última viagem de Guevara pela América Latina.
Eles partiram em um trem da estação Retiro de Buenos Aires no dia 7 de julho e passaram por Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala. Na Guatemala, presenciaram a interferência da CIA e dos Estados Unidos no governo popular de Jacobo Arbenz Guzmán, democraticamente eleito em 1950, e que tentava realizar reformas de base, eliminar o latifúndio e diminuir as desigualdades no país. Guzmán cutucou alguns interessados na manutenção do sistema até então vigente, entre eles a United Fruit, que, além de possuir as melhores terras, tinha controle do sistema de eletricidade, de ferrovias e do único porto da Guatemala. Em junho de 1954, depois de espionagem e participação direta da CIA, forças dos EUA bombardearam o país e forçaram a renúncia de Guzmán.
Carlos Castillo Armas, escolhido pelos americanos, assumiu o poder e anunciou perseguição a todo e qualquer apoiador de Guzmán. Che Guevara partiu para o México, onde conheceu os irmãos Raúl e Fidel Castro.
Dois anos depois, em 1956, Che está entre os 72 homens que partem para Cuba com Fidel.
Mas isso é história pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Fontes:
– Blog Repercusión Alternativa (entrevista com Carlos Calica Ferrer, de nov/2012)
82 combatentes partiram no iate Granma do México em direção a Cuba em 27 de novembro de 1956.