A final do III Festival da Música Popular Brasileira

Há 50 anos… dia 21 de outubro de 1967.

O sorriso desabrochado de Caetano Veloso e o sotaque ímpar dos Beat Boys no refrão retórico de “Alegria, Alegria”.

A exuberância sonora e rítmica de Chico Buarque e do afinadíssimo coral do MPB4 no labiríntico epílogo de “Roda Viva”.

A altivez juvenil de Gilberto Gil e a irreverência festiva d’Os Mutantes no fim catártico de “Domingo no Parque”.

A emoção escancarada do dueto Edu Lobo & Marília Medalha no desfecho mágico de “Ponteio”, a grande vencedora.

E, claro, a monumental fúria destrutiva de Sérgio Ricardo em “Beto Bom de Bola”!

Cenas imortais, eternas, patrimônios da nossa música e nossa História.

Tudo aconteceu há 50 anos, em 21 de outubro de 1967, na finalíssima do III Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record.

Data mágica, retratada em todos os detalhes no fantástico documentário “Uma Noite em 67”, de Renato Terra e Ricardo Calil.

Uma noite que antecipou e projetou muita coisa na Música Popular Brasileira.

A principal, seguramente, seria a consolidação da Tropicália – ou Tropicalismo, como queiram – como movimento central no cenário cultural e artístico do País.

Com duas representantes na grande final, o movimento liderado por Caetano e Gil ganhou impulso definitivo no festival.

Acima de tudo, aquela frenética noite de 21 de outubro de 1967 parecia prenunciar os mares revoltos no horizonte da nossa música, mas, especialmente, da nossa História.

Escreve Carlos Calado, em Tropicália – A história de uma revolução musical:

“Quem levou o cobiçado cheque de 37 mil cruzeiros novos e o troféu Viola de Ouro foi mesmo Edu Lobo, junto com o parceiro Capinan e a cantora Marília Medalha. Para os xenófobos, esse resultado sinalizaria a vitória da MPB genuína contra a invasão das guitarras elétricas e os adeptos do iê-iê-iê. Mas quem tivesse um pouco mais de visão já poderia prever, após o violão destroçado de Sérgio Ricardo e as novas canções de Gil e Caetano, que a música brasileira estava prestes a enfrentar um período conturbado, carregado de inovações”.

Período conturbado e estranho. A ponto de a linda e sutil “Sabiá”, de Chico e Tom, ser implacavelmente vaiada um ano mais tarde, na final do Festival Internacional da Canção.

Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.

A final:

O filme:

Fontes e +MAIS:

– Acervo Estadão

– Acervo Folha

– Wikipédia

– umanoiteem67.com.br

– Livro Tropicália – A história de uma revolução musical, de Carlos Calado

– acervofolha.blogfolha.uol.com.br

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2 comentários sobre “A final do III Festival da Música Popular Brasileira

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