Há 80 anos… dia 12 de julho de 1937.
(Clique para ampliar!)
Conta a lenda que durante a ocupação nazista de Paris na Segunda Guerra Mundial, um oficial alemão perguntou para Picasso se ele havia sido o autor do quadro retratado em uma foto afixada na parede, em seu apartamento.
“Não, foram vocês”.
Sim, foi a Luftwaffe de Hitler a responsável por Guernica, o genocídio, e por “Guernica”, a monumental tela que ele, Picasso, assina.
É a radiografia fria, crua e brutal do horror causado pelo fascismo de Franco e Hitler.
Da barbárie da realidade à imortalidade da arte, foram apenas 35 dias de trabalho.
Em 1º de maio de 1937, cinco dias após o bombardeio da força aérea alemã sobre a cidade basca ao Norte da Espanha, absolutamente estarrecido com as imagens estampadas nos jornais franceses, Picasso iniciou o que se transformaria em seu mais famoso quadro. Em 4 de junho, “Guernica” estava pronto.
Colocado na entrada do pavilhão da Espanha na Exposição Internacional de Paris, o painel de 3,49m x 7,76m “gritava”. Era o brado de dor e morte. O “instrumento de guerra contra o inimigo”, como melhor definiu o próprio Picasso.
No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo.
Não, a pintura não foi feita para decorar apartamentos. É um instrumento de guerra ofensivo e defensivo contra o inimigo.
Pablo Picasso
O curioso – e também incompreensível – é que ele tenha sofrido críticas pela obra-prima. Para alguns grupos marxistas da época, “Guernica” não tinha compromisso político (!) e não oferecia uma visão positiva de futuro. Por observações tão fora de realidade, cabe perguntar em que planeta esse povo vivia…
Foi a partir de “Guernica” que Picasso se envolveu, de fato, com questões políticas. Em 1944, filiou-se ao Partido Comunista Francês e suas obras passaram a refletir o engajamento e o ativismo político.
Depois de Paris, a pintura rodou Europa, Estados Unidos e muitos outros países, incluindo o Brasil, na década de 1950, ficando sob posse provisória do MoMA, o Museu de Arte Moderna de Nova York. Em 1981, “Guernica” retornou à Espanha, atendendo ao pedido de Picasso para regressar somente quando o país respirasse uma república novamente.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Imagens de Guernica no pavilhão espanhol:
Fontes e +MAIS:
– dw.com
– bbc.com