Há 60 anos… dia 7 de julho de 1957.
É certo que astros e deuses se alinharam em 6 e 7 de julho de 1957.
Que datas “mágicas” para a humanidade!
No dia 6, em Liverpool, o encontro de dois meninos que transformariam a música.
No dia 7, no Maracanã, o debute de um menino que mudaria o futebol.
John & Paul.
Pelé.
Exatos 9 meses depois de estrear pelo Santos, o menino Edson iniciou a trajetória com a camisa da seleção brasileira, a amarelinha com a qual conquistaria o mundo em menos de um ano.
Logo de cara, a Argentina, pela tradicionalíssima Copa Roca.
Antes, teve a emoção da primeira convocação. Como conta belíssima reportagem de Rafael Valente no ESPN.com.br, Pelé não acreditou quando Dondinho, seu pai, contou que ele havia sido chamado pelo técnico Sylvio Pirillo.
O relato do ótimo livro Todos os Jogos do Brasil lembra que, além do menino do Santos, Pirillo também teve o mérito de chamar Mazzola, outro garoto, do Palmeiras, e ainda colocar a faixa de capitão no braço de Bellini. Era o começo da construção do time campeão na Suécia.
Pelé começou no banco no primeiro embate contra os Hermanos, no Maracanã. Pressionado pela torcida e pelo placar adverso – a Argentina marcara aos 30, com o experiente Labruna -, Pirillo chamou o menino para entrar. Assim como em seu debute pelo Peixe, substituiu Del Vecchio no ataque do Brasil.
O franzino garoto mudou a partida. Auxiliado pelo ótimo Moacir, que também entrara no intervalo, na vaga de Mazzola, Pelé deu dinâmica e força ofensiva para a seleção. E foi justamente a dupla que arquitetou o tento de empate, aos 33 minutos da etapa final.
Conta o livro dos jogos:
“Um lançamento de Moacir para Pelé, que, rápido, o recebera bem próximo de Carrizo [goleiro argentino]. Com uma calma absurda por tudo que representava a sua inclusão no escrete – idade, estreia, responsabilidade diante de um time de craques – Pelé, de pé direito, meteu à esquerda de Carrizo”.
Gol do Brasil! Gol de Pelé.
Infelizmente, os 60 mil presentes no Mário Filho nem tiveram muito tempo para celebrar o acontecido, hoje histórico. Descuidado, Castilho entregou o ouro e a bola em uma reposição com as mãos. Labruna dominou, disse um “¡gracias!” ao arqueiro brasileiro, passou para Juárez, que, livre, anotou o segundo gol argentino.
Três dias depois, no segundo duelo, no Pacaembu, Pelé redimiria o goleiro anotando mais um na vitória por 2 a 0 (o outro foi de Mazzola). E o menino de Três Corações já celebrava o primeiro título com a camisa amarela.
Era só o começo de muitas glórias, muitas histórias…
Mas elas ficam pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Fontes e +MAIS: