Há 35 anos… dia 30 de junho de 1982.
Trecho do post-tributo aos 100 anos do “avô do rock and roll”:
“Aliás, por falar em Eric Clapton, foi em um show do ex-líder do Cream que Muddy se apresentou pela última vez, em junho de 1982. Em 30 de abril de 1983, um ataque cardíaco silenciaria a inimitável guitarra elétrica, que, dizem, ser criação dele. Outra contribuição inestimável.”
Pois é. Quis o destino – ou os deuses do blues e do rock – que um dos “filhos” o recebesse no palco para os últimos riffs de guitarra.
Em 30 de junho de 1982, a criatura Eric Clapton conclamou o criador Muddy Waters ao palco do Hollywood Sportotarium Pemboke Pines, em Miami, na Flórida. Para delírio e total reverência da plateia. Juntos, tocaram “Blow Wind Blow”, um blues da pesada de Muddy (já gravado por Clapton, mas só lançado em 1999, no álbum Blues).
Na verdade, a aparição de Muddy Waters naquela noite seria uma grande surpresa para o próprio dono do show. Como conta Robert Gordon na biografia Can’t Be Satisfied: The Life and Times of Muddy Waters, Clapton não sabia de nada.
Eric Clapton estava tocando em Miami no dia 30 de junho, e o gerente da Clapton organizou uma visita surpresa. Marva [mulher], Scott [Cameron, empresário] e Muddy tomaram um avião. Clapton tinha incorporado “Blow Wind Blow” em seu set, e quando começou, Muddy entrou no palco. “Eric estava claramente em choque”, disse Kappus [Mike Kappus, empresário de Clapton]. No final da música, Muddy saiu do palco e Eric disse a si mesmo, tanto quanto para o público, ‘Aquele era Muddy Waters!’ Foi uma enorme surpresa para ele.
Uma surpresa que se transformou em homenagem a um dos maiores nomes da música. A derradeira deferência.
“Goodbye baby, that is all I have left to say”, dizem os versos finais da canção.
Alguns meses depois, o velho Muddy se foi.
Clique aqui pra ler post-biografia do pai do blues!
“Blow Wind Blow”, em show de 1974, na Alemanha:
Fontes e +MAIS: