Há 30 anos… dia 10 de maio de 1987.
O mamma mamma mamma
o mamma mamma mamma
sai perche’ mi batte il corazon?
Ho visto Maradona
Ho visto Maradona
eh, mamma’, innamorato son.
Mamãe, você sabe por que bate o meu coração?
Eu vi Maradona.
E, mamãe, apaixonado estou!
Trinta anos atrás, Dieguito pegou uma cidade inteira pelas mãos – e pelos pés! – rumo à glória inédita: o scudetto.
Um título esperado por quase 61 anos – 60 anos, 9 meses e 9 dias, pra ser exato.
Um grito represado desde a fundação da Società Sportiva Calcio Napoli, no dia 1º de agosto de 1926.
10 de maio de 1987 foi o dia em que a cidade de Nápoles, finalmente, festejou a conquista do grande torneio nacional. A primeira vez em que um clube do Sul da Itália se consagrava campeão.
O empate em 1 a 1 contra a Fiorentina de Baggio (autor do gol florentino), dentro de um pulsante e santificado San Paolo com mais de 85 mil pessoas, garantia a taça com uma rodada de antecedência. Os 41 pontos na tabela asseguravam o topo, inalcançável por qualquer outro adversário.
O gol de Andrea Carnevale, aos 28 minutos do segundo tempo, fez a casa napolitana explodir, com suas bandeiras, faixas e fumaças azuis. Nem o empate, vindo dos pés do ainda jovem Roberto Baggio, 11 minutos depois, em cobrança de falta, fez a festa cessar.
Pelos radinhos de pilha, sabia-se que a Inter de Milão, rival do Napoli na briga pela taça com 37 pontos, perdia por 1 a 0 para a Atalanta. O San Paolo em polvorosa só aguardou o fim da partida em Bergamo para, enfim, soltar o grito da garganta: Campione!
“Demorou a vida inteira mas valeu a pena. Foi a maior festa já celebrada na Itália – há quem diga que superior à da conquista da Copa do Mundo, em 1982. O primeiro título nacional do Napoli terminou em louca tarantela ecumênica. Fez uma divina comédia na estátua do venerando Dante. Reuniu o conservador clero do sul italiano às feiticeiras que fazem seus sortilégios aos pés do Vesúvio. Somou milicianos carabineri aos sinistros mafiosos da Camorra. Juntou senhoras de grandes e pequenas virtudes. Uma delas, não cabendo em seus sapatinhos, abriu a blusa e literalmente meteu os peitos: ‘Quero fazer amor com Maradona’.”
Com o precioso relato de Sérgio Sade, que esteve in loco para cobrir a festa do Napoli pela Placar, finalizamos o post em lembrança à inesquecível e histórica conquista.
Dois dias depois da “louca tarantela”, o clube anunciaria a chegada de mais um craque: Careca, que faria infernal dupla com El Pibe em novas jornadas vitoriosas, como a glória do segundo scudetto (1989-90).
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
O jogo do título:
Campeão!:
Festa do título:
Festa nas ruas:
Fontes e +MAIS: