Nasce o mito Rocky Balboa

Há 40 anos… dia 3 de dezembro de 1976.

Nasce o mito Rocky Balboa

POR ARTHUR MELLO*

As raízes do “american dream” começaram a ser forjadas com a Declaração da Independência, assinadas durante o segundo congresso, em 1776, em uma histórica sala na Filadélfia – hoje o Salão da Independência.

A história de Rocky Balboa talvez seja uma das maiores representações do ideal de que “todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade”.

Há 40 anos, em uma noite histórica, Rocky “Garanhão Italiano” Balboa enfrentou a grande lenda dos pesos pesados do boxe até então: Apollo “Doutrinador” Creed.  A luta fazia parte das comemorações do bicentenário americano. O polêmico e irreverente Apollo, depois de uma contusão de seu desafiante apenas cinco semanas antes da luta, foi forçado a trocar de adversário.

A sorte sorriu para Balboa, um boxeador errático que ganhava a vida como “cobrador” do agiota local, Tony Gazzo. A curiosidade é que, no primeiro encontro com Apollo, Rocky acreditava que fora contratado para ser o sparring do campeão e relutou em aceitar o desafio… O mito do pugilismo era inseguro e não acreditava totalmente em seu potencial.

Meses antes, ele tinha encontrado sua companheira de vida, Adrian Pennino, e apenas quando encontrou o suporte da amada conseguiu se concentrar nos métodos heterodoxos do seu treinador, Mickey Goldmill. Mick, um ex-pugilista, fez parte da escola do lendário Charley Goldman, que treinou 5 campeões mundiais, entre eles Rocky Marciano.

Após poucas semanas de preparação, Balboa subiu ao ringue para enfrentar o “Mestre do Desastre”, um dos muitos apelidos de Creed. Vestido de Tio Sam, Apollo abusou das provocações antes do gongo soar, apenas para ser surpreendido já no primeiro round, com a primeira queda de sua carreira. Ali, o mundo, atônito a principio, passava a conhecer o primeiro passo na gloriosa carreira de Rocky Balboa.

O combate é considerado até hoje como um dos mais sangrentos da História da Nobre Arte. Para os mais novos, seria como se juntássemos os três combates de Arturo Gatti e Mick Ward em apenas 15 rounds. Uma decisão controversa deu a vitória para Creed. Mas, naquele dia, uma lenda nascia.

Gosto de comparar a carreira de Balboa com uma série “jornadas do herói”, tão bem fundamentadas e descritas pela obra de Joseph Campbell, O Herói de Mil Faces.

Ao longo da carreira, Balboa teve praticamente todas as etapas dessa mitologia. O chamado à aventura, a recusa, um encontro com um mentor, a provação suprema, a volta ao mundo terreno.

Rocky teve em Apollo seu grande rival e, anos depois, seu maior mentor, quando enfrentou Clubber Lang em duas oportunidades. A superação contra um jovem russo, Ivan Drago, foi também responsável pelo início de uma normalidade diplomática entre a extinta União Soviética e os Estados Unidos.

Ele também superou a negação do pupilo, Tommy “The Machine” Gunn, após uma aposentadoria forçada pelo duro combate contra Drago. Aos 50 anos, ressurgiu enfrentando o mundo em uma luta de exibição contra Mason Dixon.

Hoje, perto dos 70 anos, Balboa treina a grande sensação do boxe mundial, Adonis Creed, fazendo assim o arco completo de sua própria jornada. O pupilo virando mentor.

Vivendo até hoje na Filadélfia, podemos encontrar Balboa correndo pela manhã no bairro italiano da cidade. Para aquele que visitam o museu de arte, é impossível não repetir a corrida pelas escadarias, imitando um jovem Balboa nos treinamentos para seus combates. O filho preferido da cidade tem até uma estátua, aos pés das mesmas escadarias.

Hoje o mundo comemora 40 anos da primeira grande luta de Rocky. Que meu pai e Muhammad Ali me desculpem, mas naquela noite o mundo presenciou o nascimento do maior lutador da história. É possível apostar, sem medo de errar, que veremos a história de Rocky contada nos cinemas. As últimas notícias falam que Sylvester Stalonne seria convidado para o papel, uma ótima ideia, na minha opinião.

* Arthur Mello é um apaixonado por cultura pop e heróis. Já subiu correndo as escadarias na Filadélfia, cantarolando a música que eternizou o grande mito Rocky Balboa.

Trailer:

+MAIS:

– Wikipedia

– Wikipédia

– IMDb

– rogerebert.com

– nytimes.com

– cnn.com

– usnews.com

– philly.com

– yahoo.com

– cultura.estadao.com.br

– omelete.uol.com.br

– culturissima.com.br

– universoretro.com.br

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