Há 25 anos… dia 3 de novembro de 1991.
14 voltas.
Foi a duração do último Grande Prêmio de Nelson Piquet na Fórmula 1, em Adelaide na Austrália. Até hoje, a prova mais curta da História da categoria. Tudo por causa de uma senhora tempestade!
Por essa e outras, a despedida do tricampeão passou um tanto despercebida.
Era a última corrida da temporada 1991. À exceção do quiproquó entre Prost e Ferrari, que gerou a demissão do francês da escuderia italiana após a penúltima etapa, no Japão, o clima para disputa na Terra do Canguru era de total descontração.
Senna já tinha o título – o terceiro – no bolso e a única briga em jogo era o mundial de construtores. Na frente, a McLaren de Ron Dennis buscava o tetra e tinha na Williams, 11 pontos atrás, a principal adversária.
Nos treinos oficiais, Senna cravou a pole, a 60ª da carreira, com o companheiro Gerhard Berger em segundo lugar. Na segunda fila, as Williams de Nigel Mansell e Riccardo Patrese. Nelson Piquet e o novato Michael Schumacher, ambos da Benetton, fechavam os seis primeiros do grid.
No domingo, a ameaça de chuva se confirmou. Na verdade, bem pior: desabou uma água absurda, que deixou todo o circuito muito perigoso. Os pilotos, sob a liderança de Senna, não queriam correr. Mas, como sempre, interesses de TV, patrocinadores e afins falaram mais alto.
E a prova não durou nem ¼ do previsto. A partir da 5ª volta, uma sequência de acidentes e batidas se iniciou. Na volta 13, a March do brasileiro Maurício Gugelmin bateu forte no muro dos boxes.
Na frente, Senna começou a acenar ostensivamente para a direção da prova interromper a corrida. Na volta 16, o belga Roland Bruynserade, finalmente, mostrou a bandeira vermelha.
Uma hora depois, com todos os pilotos já nos boxes, Senna foi declarado vencedor, seguido de Mansell, Berger, Piquet, Patrese e Morbidelli, que substituiu Prost na Ferrari. Todos computaram apenas metade dos pontos.
No noticiário dos jornais brasileiros, ou melhor, na Folha e no Estadão do dia seguinte, muitas linhas sobre a chuva, a ótima temporada de Senna (e a ira do tricampeão com a situação vivida na Austrália), o tetra de construtores da McLaren… E nada sobre Piquet.
A verdade é que não havia certeza de que ele sairia da F1. Na transmissão da Globo – vídeo abaixo -, inclusive, Galvão Bueno e Reginaldo Leme especulam sobre a ida de Piquet para a Ferrari. Infelizmente, porém, as partes não entraram em acordo.
A efêmera corrida na Austrália foi, de fato, a última do gigante tricampeão. Um talentosíssimo piloto, muitas vezes subestimado e pouco louvado entre os grandes da maior categoria do automobilismo.
E não foi só Piquet que se despediu naquele dia. O mítico japonês Satoru Nakajima também pendurou luvas e capacete em Adelaide, assim como Emanuelle Pirro, Alex Caffi e Naoki Hattori.
Piquet seguiria no automobilismo no ano seguinte, quando resolveu correr as 500 Milhas de Indianápolis, pela Fórmula Indy. Nos treinos, sofreria um terrível acidente. Apesar dos pesares e dos sérios ferimentos, sobreviveu (graças!).
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
O GP da Austrália de 1991:
Fontes e +MAIS: