Há 145 anos… dia 8 de outubro de 1871.
“A ausência de chuva durante três semanas deixou tudo em condição tão inflamável que uma faísca pode provocar um incêndio a se espalhar de ponta a ponta pela cidade”, reportou o Chicago Tribune na edição de domingo, 8 de outubro de 1871.
Premonitória avaliação.
À noite, por volta das 21h, teve início o Grande Incêndio de Chicago. Uma tragédia que matou cerca de 300 pessoas, deixou mais de 100 mil desabrigadas e destruiu milhares de prédios, em prejuízo estimado em US$ 200 milhões (mais de US$ 3 bilhões atualmente).
E tudo começou, de fato, com uma faísca.
É preciso dizer, no entanto, que havia cenário propício para a tragédia.
A começar pela estiagem sem precedentes. Nos 100 dias anteriores ao início do fogo, a cidade teve menos de 20mm de chuva.
Outro aspecto relevante é que toda a estrutura urbana de Chicago se constituía de madeira. Edifícios, casas, comércio, até ruas e calçadas, que eram, basicamente, tábuas sobre o piso de terra. Com a estiagem do verão, o material ficou ainda mais seco e, assim, propenso ao fogo.
A virada para o outono deixou a vegetação de árvores cheias de folhas secas, tradicional paisagem dos lugares com clima temperado. Além disso, como preparação para o inverno, feno foi estocado para os animais, madeira e querosene para o aquecimento e o cozimento dos alimentos.
É, tudo o que se precisava era uma faísca.
E a centelha saiu do estábulo da família O’Leary, localizado a sudoeste da cidade. Conta a lenda que Catherine O’Leary estava ordenhando uma vaca, que tropeçou e bateu em uma lamparina, iniciando, assim, o fogo.
Um alarme de incêndio foi acionado próximo ao celeiro e um alerta por código Morse foi repassado ao posto do corpo de bombeiros mais perto. No entanto, a mensagem não chegou e posteriormente, quando os bombeiros iniciaram os trabalhos, o fogo já tinha se espalhado com rapidez assustadora – com a ajuda dos famosos ventos de Chicago.
Em menos de 48 horas, a cidade foi quase totalmente destruída. Os sistemas de água, esgoto e transporte, porém, permaneceram intactos e foram o ponto de partida para a reconstrução.
Duas décadas depois, Chicago já era uma metrópole fundamental na economia americana e um polo de transportes, principalmente ferroviário, além de um centro de arquitetura e engenharia.
Catherine O’Leary deixou a cidade após o incêndio para viver isolada e reclusa até a sua morte, em 1895, dois anos antes de ser inocentada pelo Conselho Municipal de Chicago.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Vídeo do Weather Channel sobre o incêndio:
Fontes e +MAIS:
– pbs.org