Há 40 anos… dia 3 de outubro de 1976.
Carlos Alberto Torres, Rivellino, Paulo César Caju, Rodrigues Neto, Gil, Dirceu, Doval, Edinho, Félix…
Uma seleção. Essa foi a “Máquina Tricolor”, o esquadrão do Fluminense que encantou o Brasil no biênio 1975-1976.
Há exatas quatro décadas, a equipe montada pelo presidente Francisco Horta viveu a última grande glória: a conquista do bicampeonato estadual do Rio, em cima do Vasco de Roberto Dinamite, Zé Mário, Abel e Cia..
A vitória por 1 a 0, com gol do argentino Doval, já na etapa final da prorrogação, coroou campanha quase perfeita: 23 vitórias, 7 empates e apenas duas derrotas em 32 partidas. Uma verdadeira máquina de marcar gols – 74 no total -, colocando dois jogadores no topo da tabela de artilheiros: Doval, com 20, e Gil, com 19.
Naquele ano, o campeonato contou pela primeira vez com times do interior do estado do Rio. Depois de 3 turnos, restaram Fluminense, Vasco, Botafogo e América para a disputa do quadrangular final.
Pelo regulamento, levava a taça quem somasse mais pontos em 3 jogos (lembrando que a vitória dava 2 pontos). O Flu era favorito absoluto. Venceu o América por 2 a 0 e empatou com o Botafogo sem gols. O Vasco, por sua vez, bateu a Estrela Solitária (1 a 0) e ficou no 1 a 1 com o Ameriquinha, que venceu o Fogão por 3 a 0.
Com os resultados, Tricolor e Cruzmaltino se igualaram na ponta da fase final, com 3 pontos cada. Decidiriam o título na rodada final, em 29 de agosto, no Maracanã.
O time de Mário Travaglini seguia favorito diante da equipe comandada por Paulo Emílio – técnico do Flu na conquista de 1975. Gil (3min do 1ºT) e Erivelto (8min do 2ºT) deixaram o Tricolor muito perto da taça. Mas Roberto Dinamite, aos 13, e Toninho, aos 38, marcaram para o Vasco e obrigaram a disputa de um jogo-extra.
Em 3 de outubro de 1976, o Mário Filho foi novamente tomado por mais de 127 mil torcedores.
Duas propostas claras se chocaram no gramado do Maracanã. O ofensivo e criativo Fluminense contra o obstinado e guerreiro Vasco.
O time das Laranjeiras criou inúmeras chances, mas não teve êxito em marcar. O Cruzmaltino teve única chance de gol, desperdiçada por Roberto Dinamite, aos 12 minutos da prorrogação.
Então, em falta da esquerda cobrada por Paulo César Caju, Carlos Alberto Pintinho colocou para o meio da área e Doval ganhou de cabeça do zagueiro Abel (o Abelão, hoje técnico) para vencer o goleiro Mazaropi.
Gol do bicampeonato. Um minuto depois, Armando Marques ergueu o braço e trilou o apito final.
A “Máquina Tricolor” mirou, então, uma taça muito desejada: a do Campeonato Brasileiro, que já estava em pleno andamento.
O sonho acabaria em 5 de dezembro de 1976, em derrota nos pênaltis para o Corinthians, na semifinal, no jogo marcado pela “Invasão Corintiana” ao Maracanã.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
O gol do título:
Fontes e +MAIS: