18 de setembro de 1916
“Eu vivo do futebol. Eu vivo para o futebol”
Por meio século, ele viveu do futebol, viveu para o futebol.
Em 50 anos de casamento com a bola, inúmeros títulos, milhares de histórias, muitas amizades e um feito improvável, certamente inalcançável por qualquer outro ser humano: conquistar corações de dois eternos arquirrivais.
O homem que mais vezes esteve à frente da Sociedade Esportiva Palmeiras (580 jogos).
O homem que mais vezes comandou o Sport Club Corinthians Paulista (435 jogos).
Há 100 anos, nascia em Taquara, Rio Grande do Sul, um dos maiores técnicos da História do futebol brasileiro.
Palmeiras & Corinthians.
São Paulo, Santos, Portuguesa, Cruzeiro, Vila Nova, Independiente da Argentina, Peñarol do Uruguai.
Seleção brasileira.
Essa foi a vida de Oswaldo Brandão, “libertador corintiano, herói palmeirense”, como no título da biografia de Maurício Noriega.
O “Seu Brandão”, como era chamado por jogadores e jornalistas. Figura mítica e fantástica, homem simples, direto, que via o futebol de modo peculiar. Um técnico que até hoje influencia e inspira, apesar de as novas gerações de “professores” nem se darem conta disso.
No Palmeiras, foi o maestro da segunda Academia de Futebol, nos anos 1970, bicampeã paulista (1972 e 1974) e bicampeã brasileira (1972 e 1973).
A relação com o Palestra vem de bem antes. Seu primeiro título como técnico, o Paulista de 1947, aos 31 anos de idade, foi no alviverde imponente. Em 1959, quando de sua terceira passagem pelo clube, Brandão conquistou outro estadual.
No Corinthians, foi o comandante da catarse alvinegra, em 13 de outubro de 1977. Espírita Kardecista, previu o gol de Basílio. Foi carregado nos braços pela Fiel, em um Morumbi apinhado e extasiado pelo fim do jejum de 23 anos.
A ligação com Parque São Jorge também vem de antes. Fora Brandão o técnico no último título antes da fila, o Paulista de 1954, a taça do IV Centenário de São Paulo. Também levou o Rio-São Paulo em 1953, 1954 e 1966 (este dividido com Botafogo, Santos e Vasco).
Oswaldo Brandão também comandou o São Paulo de Gérson, Pedro Rocha, Toninho Guerreiro, Forlán e Cia. na conquista do Campeonato Paulista de 1971, o bi estadual do clube do Morumbi.
A maior frustração foi não ter dirigido a seleção brasileira em uma Copa do Mundo. Teve duas passagens: a primeira nos anos 1950, quando ajudou na classificação para o Mundial da Suécia, em 1958; e a segunda na década de 1970, pouco antes da disputa da Copa na Argentina, em 1978.
Treinou ainda Peñarol e Independiente, onde foi o primeiro técnico brasileiro campeão na Argentina, em 1967 – leia mais no link do Futebol Portenho, abaixo.
“Poucos olhos viram a vida e o futebol como os de Oswaldo Brandão”, escreveu Noriega.
Os olhos descansaram em 1989, quando “Seu Brandão” desencarnou, como dizem os espíritas.
Fica a singela homenagem a personagem imortal e essencial do nosso futebol.
Trechos do filme “23 anos em 7 segundos”:
Brandão no Peñarol do Uruguai:
Entrevista de Brandão em 1977, para Fausto Silva, o Faustão. na Jovem Pan:
Maurício Noriega fala sobre a biografia de Oswaldo Brandão:
Fontes e +MAIS:
– terceirotempo.bol.uol.com.br
– literaturanaarquibancada.com