Há 10 anos… dia 18 de agosto de 2006.
“Michael Jordan joga basquete. Charles Manson mata pessoas. Eu falo.”
E como fala!
Esse é Nick Naylor, lobista representante da indústria do tabaco, protagonista do ótimo “Obrigado Por Fumar”, interpretado com brilho e competência por Aaron Eckhart.
O primeiro longa-metragem de Jason Reitman tem em seu espírito central humor, ironia e uma boa dose de realidade. Mesmo baseado em uma ficção, o livro homônimo de Christopher Buckley, de 1994.
A estreia consegue delimitar e diferenciar Jason do pai, Ivan Reitman, de “Os Caça-Fantasmas”, “Beethoven”, “Space Jam”, entre outros. De cara, ele mostra a que veio e para onde pretende ir.
“Obrigado Por Fumar” é uma crítica relaxada, mas sagaz. Indolente, mas afirmativa. “Selvagem e elegante, mas um punhal em vez de uma espingarda”. Incrível como Roger Ebert define e sintetiza milhões de vezes melhor que este escriba!
O filme traz alguns debates e reflexões interessantes. A polêmica mais instigante gira em torno da ideia de liberdade de escolha, muito bem exposta na conversa entre Nick e Joey, o filho.
Por esse e muitos outros diálogos, o espectador chega até a acreditar que o mundo é assim, ponderado e sensato, transparente e livre. Mas, como o próprio subtítulo do filme diz, com palavras justapostas em cima de um cigarro: “Não esconda a verdade. Apenas filtre-a”.
É por aí. Sem trocadilho, a verdade é o ponto final de um gigantesco túnel com espessas camadas de fumaça à frente.
Jason Reitman subiria outro degrau na carreira de diretor com o espetacular e sensível Juno, de 2007.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Trailer:
Fontes e +MAIS:
– IMDb